Alckmin defende investigação sobre cartel e propina 'doa a quem doer'

Governador não confirma afastamento dos secretários Edson Aparecido e Rodrigo Garcia, suspeitos de receber suborno do cartel

11 dez 2013 - 12h56

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira que as investigações sobre pagamento de propina envolvendo dois de seus secretários devem ser feitas "rapidamente, doa a quem doer". O tucano não disse, porém, se os dois investigados, Edson Aparecido (chefe da Casa Civil) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), serão afastados dos cargos preventivamente.

"Reiteramos nosso compromisso com a Justiça e com a verdade. Queremos investigação séria, doa a quem doer, e que se faça profunda e rapidamente", disse o governador.

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Segundo reportagem publicada nesta quarta-feira pela Folha de S.Paulo, o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer prestou depoimento sigiloso à Polícia Federal citando o nome dos dois secretários, deputados licenciados, como beneficiados por propina do cartel do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Como parlamentares, os dois secretários detêm foro privilegiado. Por essa razão, a investigação foi remetida pela justiça federal paulista, na terça-feira, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Essa foi a primeira vez que os nomes foram declinados formalmente à Justiça. Além dos dois secretários, o ex-diretor da multinacional citou ainda o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e o deputado estadual Campos Machado (PTB), ambos da base de Alckmin na Assembleia. Os quatro negaram as acusações.

Indagado se os dois chefes de pasta serão afastados, Alckmin disse: "não se pode agir se não for de forma justa. O Estado de São Paulo é o maior interessado (na investigação)", disse o tucano, antes de encerrar a entrevista. O governador participou de uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

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De acordo com a reportagem da Folha, o ex-diretor da Siemens disse no depoimento que ouviu um diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) afirmar que os quatro eram beneficiários da propina das empresas agora investigadas pela prática de cartel. Os nomes foram ditos em um acordo de delação premiada.

Fonte: Terra
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