- Luís Bulcão Pinheiro
- Direto do Rio de Janeiro
Preocupado com a associação errônea que a população pode fazer entre o homem que matou 12 estudantes em uma escola do Rio de Janeiro e os atiradores esportivos, o técnico da seleção brasileira de tiro esportivo, Sílvio Aguiar, manifestou nesta sexta-feira descontentamento com o termo "atirador" para identificar o criminoso. "Essa pessoa não é um atirador como a mídia está apresentando, é um assassino com problemas psiquiátricos. Se uma pessoa matasse alguém em uma piscina, não iriam chamar ela de nadador", afirmou.
Imagens mostram frieza de assassino em escola de Realengo
Video Player
Veja como foi o ataque aos alunos em Realengo
Saiba quem são as vítimas do atirador da escola no Rio
Aguiar disse ainda que Wellington Menezes de Oliveira não precisava ter treinamento especial para manusear as armas que usou no ataque. "Ele atirou a queima roupa aleatoriamente. Se fosse alguém que fez mira a 50 m de distância e acertou todo mundo, estaríamos lidando com uma situação diferente", afirmou. De acordo com Aguiar, o speedloader, equipamento usado por Wellington para acelerar o recarregamento dos revólveres, também é simples de ser usado. "Qualquer criança de 12 anos poderia aprender sozinha a usar o speedloader", disse.
O técnico afirmou ainda que as armas usadas para a prática do esporte são diferentes das utilizadas pelo assassino. "O esporte já tem severas restrições legais. Pagamos 130% de impostos sobre cada arma esportiva que importamos. São caras e de difícil acesso. Muito diferente desse armamento obtido ilegalmente utilizado por ele", disse.
Aguiar lembrou também que o atirador esportivo passa por testes psicológicos e técnicos rigorosos ministrados pelo Exército para poder obter licença. "É muito prejudicial porque as empresas querem nos patrocinar um esporte olímpico de visibilidade, mas acabam tendo restrições porque existe essa associação irreal", afirma.
Ana Luiza Mello, atiradora recém classificada para disputar as Olimpíadas de Londres pelo Brasil, também compartilha da opinião do técnico. "Não cabe fazer associação. O problema não foi índole. Ele poderia ter usado qualquer objeto para matar", disse.
Atentado
Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.
Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.
1 de 92
7 de abril - Policiais foram acionados na manhã desta quinta-feira após um homem ter invadido e disparado contra alunos na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro
Foto: Luiz Gomes
2 de 92
7 de abril - O atirador teria entrado nas dependências disfarçado de palestrante
Foto: Luiz Gomes
3 de 92
7 de abril - 12 crianças morreram
Foto: Luiz Gomes
4 de 92
7 de abril - O atirador, e ex-aluno da escola, entrou na escola com uma carta de despedida
Foto: Luiz Gomes
5 de 92
7 de abril - Os feridos foram levados ao Hospital Albert Schweitzer
Foto: Luiz Gomes
6 de 92
7 de abril - Um cordão de isolamento precisou ser montado para facilitar o trabalho de socorro
Foto: Luiz Gomes
7 de 92
7 de abril - Uma multidão de pessoas se aglomerou em frente à escola em busca de informações
Foto: Luiz Gomes
8 de 92
7 de abril - O ataque ocorreu na Escola Municipal Tarso Silveira
Foto: Jadson Marques
9 de 92
7 de abril - A instituição está localizada na rua General Bernardino de Matos
Foto: EFE
10 de 92
7 de abril - Responsáveis pelos alunos afirmaram que o criminoso teria invadido uma sala do nono ano
Foto: EFE
11 de 92
7 de abril - O atirador tinha muita munição
Foto: EFE
12 de 92
7 de abril - As vítimas estão sendo removodias para outro hospital
Foto: EFE
13 de 92
7 de abril - O criminoso foi identificado como Wellington Menezes de Oliveira
Foto: Reprodução MB
14 de 92
7 de abril - O atirador deixou uma carta de teor fundamentalista
Foto: Jadson Marques
15 de 92
7 de abril - Testemunhas relataram que o homem portava mais de uma arma
Foto: Jadson Marques
16 de 92
7 de abril - Um policial militar evitou um desastre maior
Foto: Jadson Marques
17 de 92
7 de abril - O atirador esteve na escola há pouco tempo para pedir seu histórico
Foto: Jadson Marques
18 de 92
7 de abril - A escola vai ficar interditada
Foto: EFE
19 de 92
7 de abril - O atirador morreu com um tiro na cabeça
Foto: EFE
20 de 92
7 de abril - Havia muito sangue no local
Foto: EFE
21 de 92
7 de abril - O autor dos disparos não tinha passagem pela polícia
Foto: EFE
22 de 92
7 de abril - Pessoam desmaiaram na frente da instituição que foi atacada
Foto: EFE
23 de 92
7 de abril - Familiares e curiosos lotaram a entrada da escola
Foto: AP
24 de 92
7 de abril - As vítimas foram atingidas principalmente na cabeça e no peito
Foto: Reuters
25 de 92
7 de abril - Mãe de alunos falaram que o local onde fica a escola é perigoso
Foto: Reuters
26 de 92
7 de abril - A carta do criminoso continha frases desconexas e incompreensíveis
Foto: EFE
27 de 92
7 de abril - Emocionada, mulher exibe foto de jovem estudante
Foto: EFE
28 de 92
7 de abril - As razões para o ataque ainda não são conhecidas
Foto: Reuters
29 de 92
7 de abril - Algumas crianças atingidas pelos tiros passaram por cirurgia
Foto: EFE
30 de 92
7 de abril - O Hospital da Polícia Militar também recebeu crianças
Foto: EFE
31 de 92
7 de abril - A escola está completando 40 anos
Foto: AP
32 de 92
7 de abril - Outras vítimas foram levadas para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
Foto: AP
33 de 92
7 de abril - O Hospital Universitário Pedro Ernesto também recebeu alguns feridos
Foto: Jadson Marques
34 de 92
7 de abril - Polícia transporta os corpos da tragédia
Foto: Luiz Gomes
35 de 92
7 de abril - Muitos parentes sem informações se desesperavam na aglomeração fora da escola
Foto: Luiz Gomes
36 de 92
7 de abril - Polícia interditou a escola até terminar de periciar o local
Foto: Luiz Gomes
37 de 92
7 de abril - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, falaram à imprensa de dentro da escola no fim da manhã
Foto: Luiz Gomes
38 de 92
7 de abril - Parentes das crianças do lado de fora da escola exigem informações da polícia
Foto: AP
39 de 92
7 de abril - Várias crianças foram encaminhadas a hospitais de helicóptero
Foto: AP
40 de 92
7 de abril - Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, foi baleado e se matou
Foto: Jadson Marques
41 de 92
7 de abril - O atirador levou consigo a carta para o atentado; nela disse ser um homem puro, que não queria ser tocado por pessoas impuras
Foto: Divulgação
42 de 92
7 de abril - Dilma se emocionou com mortes de crianças em escola do Rio
Foto: Ricardo Stuckert Filho
43 de 92
7 de abril - Dilma se emociona com morte de alunos em escola do Rio
Foto: Roberto Stuckert Filho
44 de 92
7 de abril - Polícia monta guarda em frente da escola onde pelo menos 11 crianças morreram
Foto: Reuters
45 de 92
7 de abril - Várias pessoas comparecem ao hospital para acompanhar quadro de saúde das vítimas do massacre
Foto: Douglas Shineidr
46 de 92
7 de abril - Moradores acompanham na televisão a cobertura do massacre na escola da zona oeste do Rio
Foto: AFP
47 de 92
7 de abril - Mulheres se abraçam e choram por causa de tragédia em escola de Realengo
Foto: AFP
48 de 92
7 de abril - Mulher chora pela morte de familiar no massacre ocorrido na escola Tasseo da Silveira, em Realengo
Foto: EFE
49 de 92
7 de abril - Mulher chora morte da filha Samira, vítima da ofensiva realizada por um homem na escola Tasso da Silveira
Foto: EFE
50 de 92
7 de abril - Sargento dos bombeiros Adriano carrega seu filho, ferido no atentado à escola
Foto: EFE
51 de 92
7 de abril - Na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Realengo, foi rezada missa em homenagem às vítimas do atirador
Foto: Luiz Gomes
52 de 92
8 de abril - A escola Municipal Tasso da Silveira amanheceu com flores, velas e cruzes com nomes dos mortos, em homenagens às vítimas
Foto: Guto Maia
53 de 92
8 de abril - Menino presta homenagem a vítimas de atentado na escola Tasso da Silveira
Foto: Guto Maia
54 de 92
8 abril - Menina segura flor durante velório de Larissa dos Santos, 13 anos, morta na quinta-feira por um jovem que invadiu uma escola no Rio de Janeiro e abriu fogo contra os alunos
Foto: Antonio Lacerda
55 de 92
8 de abril - Mulher desmaia durante velório da menina Larissa dos Santos, 13 anos
Foto: Antonio Lacerda
56 de 92
8 de abril - Flores são deixadas em muro da escola Tasso da Silveira, onde um atirador matou 12 alunos na quinta-feira
Foto: Reinaldo Marques
57 de 92
8 de abril - Quadro e cruzes homenageiam vítimas de atentado
Foto: Reinaldo Marques
58 de 92
8 de abril - Avó da menina Ana Carolina Pacheco da Silva chora diante de repórteres pela morte da neta
Foto: Reinaldo Marques
59 de 92
8 de abril - Caixão com o corpo de Laryssa Silva chega ao cemitério do Morundu, no Rio
Foto: Reinaldo Marques
60 de 92
8 de abril - Horários de enterros das vítimas foram afixados em frente à escola
Foto: Reinaldo Marques
61 de 92
8 de abril - Rosa é deixada em frente a nome de Laryssa Silva, vítima de atirador na quinta-feira
Foto: Reinaldo Marques
62 de 92
8 de abril - Caixão da garota Mariane é carregado no cemitério do Morundu, no Rio
Foto: Reinaldo Marques
63 de 92
8 de abril - Beltrame e Marta Rocha comparecem ao sepultamento da adolescente Mariane no cemitério do Morundu
Foto: Reinaldo Marques
64 de 92
8 de abril - Parentes das vítimas do massacre em Realengo são amparados durante enterro
Foto: Reinaldo Marques
65 de 92
8 de abril - Multidão acompanhou sepultamento no cemitério de Murundu
Foto: Reinaldo Marques
66 de 92
8 de abril - Policiais encontraram com o atirador farta munição e equipamentos para recarregar as armas
Foto: Luis Bulcão Pinheiro
67 de 92
8 de abril - A polícia do Rio de Janeiro apresentou os revólveres calibre 38 e 32 usados pelo atirador
Foto: Luis Bulcão Pinheiro
68 de 92
8 de abril - Irmã se desespera com a tragédia que vitimou Milena
Foto: Reinaldo Marques
69 de 92
8 de abril - Irmã da estudante é amparada por amigos durante o sepultamento
Foto: Reinaldo Marques
70 de 92
8 de abril - A pedido da família, fotógrafos e cinegrafistas interromperam o trabalho
Foto: Reinaldo Marques
71 de 92
8 de abril - Amigos acompanham o sepultamento da estudante
Foto: Reinaldo Marques
72 de 92
8 de abril - O corpo da vítima Milena também foi enterrado no cemitério do Murundu
Foto: Reinaldo Marques
73 de 92
8 de abril - A estudante tem uma irmã gêmea que ficou ferida durante o ataque
Foto: Reinaldo Marques
74 de 92
8 de abril - Corpo da estudante é carregado por familiares e amigos
Foto: Reinaldo Marques
75 de 92
8 de abril - Bianca Rocha Tavares foi enterrada no cemitério do Murundu, em Padre Miguel
Foto: Reinaldo Marques
76 de 92
8 de abril - Dezenas de amigos, vizinhos e familiares acompanharam o enterro
Foto: Reinaldo Marques
77 de 92
8 de abril - Mulher precisou ser amparada durante o enterro de Bianca
Foto: Reinaldo Marques
78 de 92
Amigos de Igor Moraes da Silva, um dos jovens assassinados em Realengo, na missa antes do funeral, ocorrido nesta sexta-feira
Foto: Ricardo Moraes
79 de 92
8 de abril - Velas foram colocadas junto às cruzes em frente à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na noite desta sexta-feira
Foto: EFE
80 de 92
9 de abril - A 12ª vítima do atirador, Ana Carolina Pacheco da Silva, foi cremada
Foto: Reinaldo Marques
81 de 92
9 de abril - Entre as pichações destinadas a Wellington, estavam as palavras "assassino" e "covarde"
Foto: Reinaldo Marques
82 de 92
10 de abril - Pessoas prestam homenagens em frente à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio
Foto: Reinaldo Marques
83 de 92
11 de abril - Moradores e ex-alunos da escola fizeram reforma na manhã de segunda-feira na casa dos familiares do atirador
Foto: Jadson Marques
84 de 92
11 de abril - Agentes da prefeitura limpam salas de aula da Escola Municipal Tasso da Silveira
Foto: Luiz Gomes
85 de 92
11 de abril - Quatro dias após o massacre, muro de escola concentra homenagens às vítimas do ataque
Foto: Luiz Gomes
86 de 92
11 de abril - Na casa do atirador, a polícia apreendeu manuscritos nos quais o atirador cita torres gêmeas e condições climáticas na Malásia
Foto: Divulgação
87 de 92
12 de abril - Comandante da PM promoveu três agentes que agiram contra atirador em escola
Foto: Marino Azevedo
88 de 92
13 de abril - Um empresário de Minas Gerais passou a noite preso a uma cruz em frente à Escola Tasso da Silveira
Foto: Jadson Marques
89 de 92
13 de abril - Comunidade se reúne para a missa de sétimo das vítimas, que será celebrada pelo arcebispo do Rio
Foto: Jadson Marques
90 de 92
13 de abril - Arcebispo do Rio, don Orani Tempesta celebra missa de sétimo dia das vítimas do ataque em Realengo
Foto: Jadson Marques
91 de 92
14 de abril - Pais se concentram em frente à escola para reunião
Foto: Douglas Schineidr
92 de 92
14 de abril - Pais participam de reunião antes da volta às aulas
Foto: Douglas Schineidr
Fonte: Especial para Terra