Uma mulher reconheceu joias roubadas sendo vendidas em um programa de TV, o que ajudou a polícia a prender suspeitos e desmantelar uma rede de receptação de itens de luxo que atuava em três estados brasileiros.
Uma mulher que teve cerca de 300 joias roubadas de dentro de casa reconheceu uma das peças sendo vendidas ao vivo em um programa de TV. Com a informação fornecida por ela, a polícia conseguiu prender suspeitos de envolvimento em uma rede de receptação de itens de luxo que atuava em três Estados brasileiros.
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Em maio deste ano, três homens invadiram uma casa em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e perguntaram direto pela localização das joias às vítimas. No momento da invasão, quatro pessoas estavam no imóvel: um casal de idosos, o filho e uma funcionária que trabalhava no imóvel. Os ladrões conseguiram fugir com cerca de 300 joias e oito relógios da marca Rolex.
Semanas depois, a dona das peças assistia à TV e teve um susto. "As minhas joias estavam sendo vendidas no mesmo lugar onde eu costumava comprar", disse a vítima ao Fantástico, da TV Globo, exibido no domingo, 7.
Ela reconheceu um colar que havia sido levado na ocasião e que era vendido ao vivo no programa Mil e Uma Noites, especializado em peças de luxo. Na sequência, passou a acompanhar a programação e reconheceu outros itens anunciados no programa que também haviam sido roubados de dentro de sua casa.
A família resolveu comprar oito joias que pensava terem sido levadas no roubo. Elas foram entregues por um funcionário do programa e possuíam nota fiscal e certificado de garantia.
As vítimas procuraram a Polícia Civil, que enviou agentes à sede da empresa responsável pelos itens em Curitiba, no Paraná. No local, havia outras joias roubadas, segundo revelou a reportagem do Fantástico. À polícia, o dono do programa, Paulo César Calluf, disse que as joias encontradas são de fornecedores cadastrados, mas não apresentou documentos para comprovar a origem dos itens de luxo.
Aos investigadores, Calluf deu o nome de Haig Hovsepian, de Uberaba (MG), que atua comprando joias em leilões e teria sido responsável por entregar alguns dos itens reconhecidos pela vítima. Em depoimento, Haig disse que vendeu as joias ao programa de Calluf por R$ 190 mil e que as adquiriu por R$ 170 mil de um homem chamado Diego de Freitas.
Conhecido nas redes sociais como "Diego Ouro", Diego foi preso, em Ribeirão Preto, na última quinta-feira, 4. Nas redes sociais, ele ostentava viagens internacionais e acessórios de luxo. O perfil de Diego está desativado. A polícia também identificou e prendeu Welker dos Santos Ferreira de Mattos, que foi reconhecido pelas vítimas como um dos homens que invadiu a casa da família em maio.
Até o momento, a família conseguiu recuperar apenas 10% das joias levadas em maio.