Laudo aponta asfixia como causa da morte de empresário em Interlagos, reforçando hipótese de homicídio; polícia analisa câmeras e segue investigação.
O laudo que apontou asfixia como causa da morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, encontrado em um buraco de obra no Autódromo de Interlagos, reforça a hipótese de briga, segundo a polícia. A investigação retomou a oitiva de seguranças que trabalharam no evento e faz um pente fino nas imagens de câmeras instaladas no autódromo. Diante do laudo, a linha de investigação do inquérito foi alterada para homicídio.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) segue com as investigações para esclarecer todas as circunstâncias da morte. As informações são preservadas para garantir a autonomia do trabalho policial, segundo a pasta.
O depoimento do amigo de Adalberto, Rafael, de que ele havia ingerido bebidas e usado maconha durante o evento foi contrariado pelo resultado do exame toxicológico, que deu negativo. No entanto, o tempo decorrido entre a morte e a coleta do material, de cerca de três dias, pode ter eliminado os vestígios de álcool no sangue.
O sangue encontrado no carro é outro ponto controverso. A polícia acredita que Adalberto foi morto antes de chegar ao veículo naquela noite. A hipótese de se tratar de resíduos antigos pode ser confirmada pelo laudo do exame de DNA, que ainda não foi juntado.
A motivação para o crime ainda é desconhecida. Segundo os familiares, o empresário não tinha inimigos e não há registro de desentendimentos que pudessem ensejar uma vingança. Nada foi apurado durante o evento que justificasse uma perseguição a ele, o que reforça a hipótese de uma abordagem ocasional, no percurso até o carro, seguida da briga.
O que já se sabe?
Adepto de esportes de velocidade, Adalberto foi ao Autódromo de Interlagos, no dia 30 de maio, para participar de um evento com motos. Ele chegou por volta das 14h30, deixou o carro no estacionamento e acompanhou as corridas (test rides) até às 17 horas. Por volta das 19h40, ele assistiu a um show, interagiu com amigos e desconhecidos e, em torno das 21h15, se despediu dizendo que iria para casa, pois jantaria com a esposa.
De acordo com a investigação, ao se dirigir até o local onde estava seu carro - um bolsão ao lado do estacionamento -, Adalberto teria cortado caminho por uma área restrita. Ele não chegou até o carro. Sua esposa denunciou o desaparecimento à polícia.
O corpo foi encontrado na manhã do dia 3 de junho por um trabalhador do autódromo. Ele viu o capacete de Adalberto no interior do buraco e, ao examinar, visualizou o corpo de acionou a polícia. Os bombeiros usaram técnicas de rapel e escalada para içar o corpo para fora da fenda.
Dono de óticas na Grande São Paulo, Adalberto tinha o hobby de viajar de moto e também exibia fotos pilotando kart, modalidade pela qual dizia ter sido campeão paulista três vezes.