Empresário Paulo Vinícius dos Santos morreu após ser agredido por um segurança em Guarulhos, SP, e ficar inconsciente por duas horas sem socorro; o caso é investigado como homicídio pela polícia.
O empresário Paulo Vinícius dos Santos, de 35 anos, morreu dias depois de ser agredido pelo segurança de uma adega e deixado abandonado na calçada inconsciente por quase duas horas em Guarulhos, na Grande São Paulo.
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De acordo com a TV Globo, a agressão ocorreu na madrugada do último dia 20. O dono de uma loja de manutenção de eletrônicos havia saído com amigos para uma choperia na noite de domingo, 19, e depois que a maioria foi embora, ele decidiu seguir para uma adega na mesma rua.
Imagens de câmeras de segurança revelam que às 2h36, a vítima parece discutir com um homem, leva um soco na cara e cai de costas na rua, entre dois carros estacionados. O agressor foi identificado pela polícia como David Ferreira, de 45 anos, que trabalha como segurança no local
Às 2h45, David e outro homem pegam Vinicius pelas pernas e braços e o carregam até um recuo na calçada. Um dos homens busca o celular do empresário que havia caído na calçada. O segurança devolve o aparelho para a vítima, que está imóvel no chão, e depois busca um cone, colocando próximo do empresário.
"Eles foram ainda mais cruéis. Tiraram ele do local, jogaram ele num local um pouco mais escondido, impedindo que outra pessoa passasse e pudesse socorrê-lo ali. Além disso, tiraram os documentos dele, impedindo que ele fosse identificado e pudesse ser socorrido, porque ali tinha a carteirinha do convênio de saúde dele", afirma a irmã dele, Caroline Martins dos Santos.
Socorrido por um desconhecido
Quase meia hora depois, Vinicius começa a mexer, mas não consegue sair do lugar. Pouco antes das 4h, quando ele já está próximo da adega novamente, um homem passa por ele e o vê caído na calçada. Ele percebe que a vítima está machucada e aciona o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros.
"Nisso, pessoas saíram de dentro do estabelecimento, inclusive, o próprio segurança. E ele disse: ‘se você está com dó, bota no teu carro e leva ele embora daqui'. O mesmo segurança que agrediu ele, ainda ficou bravo porque os meninos estavam tentando socorrê-lo", revela a irmã.
Vinicius é socorrido quase duas horas depois de ser agredido, o homem é socorrido pelos bombeiros e levado até o Hospital Municipal de Guarulhos. Como ele estava sem documentos, foi identificado como ‘desconhecido calça e camisa preta’.
Na manhã de segunda-feira, 20, um amigo que estava com o empresário na choperia, liga para o celular dele e uma enfermeira atende. A profissional avisou que ele estava internado e inconsciente, com uma hemorragia intracraniana recente, revelada por uma tomografia.
A família é avisada e consegue transferi-lo para um hospital particular. O quadro do empresário piorou ao longo da semana e ele morreu na noite da última sexta-feira, 24.
Segurança é principal suspeito
O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil na quinta-feira, 23, depois que a defesa da família teve acesso às imagens do crime. A polícia investiga se David Ferreira, além do homicídio, também furtou os documentos de Vinicius.
"Conseguimos identificar o agressor, que é o principal envolvido na situação, que desferiu o soco, e estamos trabalhando na identificação das outras pessoas que participaram do fato. Parece que o que está caído ali não é um ser humano, parece um saco de lixo, qualquer coisa que não seja um ser humano", afirma o delegado responsável pelo caso, Halisson Ideiao.
À TV Globo, a Adega Imperium afirmou que lamenta profundamente os fatos ocorridos na madrugada do dia 20 e se colocou à disposição das autoridades competentes para a apuração rigorosa dos fatos. O estabelecimento afirmou ainda que colaborará integralmente com as investigações para o completo esclarecimento das circunstâncias.
A adega não informou se tomou alguma providência com os funcionários envolvidos na morte de Vinícius. A defesa do segurança não foi localizada. David foi intimado a depor, mas não apareceu. A defesa dele não foi localizada.
"Ele colocou toda a nossa família com muita dor nessa situação, porque ele foi cruel, ele não é uma pessoa para estar preparada para essa posição, a casa não é preparada para estar onde está. A gente quer Justiça”, finalizou a irmã.