Cadáver em banco: irmã de mulher presa disse à polícia que idoso cuidava do próprio dinheiro

Familiar de Érika Vieira Nunes afirmou que Paulo Roberto Braga estava ativo até ser internado no dia 8 de abril

19 abr 2024 - 15h40
(atualizado às 18h54)
Foto: Reprodução

Em depoimento à Polícia Civil, a irmã de Érika Vieira Nunes, 43 anos, afirmou que Paulo Roberto Braga, de 68, cuidava do próprio dinheiro. A mulher é suspeita de levar o idoso já morto até uma agência bancária para pegar um empréstimo de R$ 17 mil, no Rio de Janeiro. Ela está presa desde a última terça-feira, 16. A informação é da Folha de S. Paulo

A depoente relatou às autoridades que o idoso não tinha filhos e também não era casado, portanto, era cuidado somente por Érika. Embora estivesse sob os cuidados dela, era ele quem tinha o controle de suas contas bancárias e cartões de crédito. 

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Ambas se dizem sobrinhas dele, mas, na verdade, são primas de Paulo. Segundo a irmã de Érika, ele era ativo até precisar ser internado no último dia 8. Apesar de morar próximo, a mulher não o viu mais desde então, já que só a suspeita é quem ia até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) visitá-lo. 

Paulo recebeu alta na segunda-feira, 15, um dia antes de morrer. O laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) atesta que o idoso estava "taquicárdico", com frequência cardíaca de 97 batimentos por minuto, além de saturação de oxigênio no sangue periférico de 95%, disártrico e com dificuldade para deglutir, quando foi liberado para ir para a casa. .

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Em seu depoimento, Érika teria dito que, quando foi liberado da unidade de saúde, seu 'tio' falou sobre o empréstimo de R$ 17 mil que havia contratado no dia 25 de março. Ele usaria o dinheiro para comprar uma televisão e fazer uma reforma na casa.

Como Paulo precisava ir pessoalmente até uma agência para retirar o dinheiro, ela o levou duas vezes a um banco na segunda. Já na terça, ela o levou a outra agência bancária, onde os funcionários desconfiaram que o idoso pudesse estar morto e acionaram a polícia. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi chamado e constatou o óbito no local.

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Prisão mantida

Após o episódio, Érika foi detida e encaminhada para a delegacia, onde foi ouvida. Ela passou por audiência de custódia nesta quinta-feira, 18, e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. O caso é tratado como suspeita de vilipêndio a cadáver e furto mediante fraude.

Com isso, a advogada dela, Ana Carla Souza Correa, enviou à polícia laudos médicos para comprovar que uma das filhas da suspeita precisa dos cuidados da mãe, já que durante a infância, médicos atestaram dificuldade na fala e desenvolvimento psicomotor. 

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Foto: Reprodução/Twitter

"Ele [Paulo] ficava mais aos cuidados de Erika porque ela ficava mais em casa, por conta da filha dela que precisa de cuidados especiais. Eventualmente, Erika fazia um trabalho como cabeleireira, mas ficava mais em casa. Quando ele começou a ficar debilitado, ela era quem o acompanhava em hospital. Sempre foi ela", relatou à Folha. 

"Poderia ter sido aplicado a ela o artigo 318 do Código de Processo Penal por equiparação. Erika tem uma filha especial [com deficiência] e é a guardiã. A filha precisa dos cuidados dela", reforça. A norma citada pela defesa se refere ao estabelecimento de condições para prisão domiciliar de mães ou responsáveis por crianças ou pessoas com deficiência.

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Quando foi presa, a suspeita relatou à polícia que estava "em estado emocional abalado" e fazia uso de medicação controlada. Por isso, estava "com seus reflexos desestabilizados e sem controle normal de seus sentidos, devido aos efeitos da medicação".

Fonte: Redação Terra
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