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Depois de criticar Coronavac por meses, Bolsonaro agora diz que vacina "é do Brasil"

18 jan 2021 - 12h29
(atualizado às 12h36)

Depois de questionar por diversas vezes a eficácia da vacina chinesa Coronavac e vinculá-la ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB) --seu adversário político--, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que o imunizante "é do Brasil", e não de "nenhum governador".

12/01/2021
REUTERS/Adriano Machado
12/01/2021 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no domingo o uso emergencial da Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac, e da vacina AstraZeneca/Oxford, mas Bolsonaro não havia comentado a decisão até esta manhã. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, tomou a iniciativa, mas não demonstrou contentamento com o avanço.

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"Apesar da vacina... apesar não, né. A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. Agora, havendo disponibilidade no mercado a gente vai comprar e vai atrás de contrato que fizemos que já era para ter chegado a vacina aqui", disse.

"Então está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil. Não é de nenhum governador."

Em disputa aberta com o governo federal, Doria liberou a aplicação das primeiras doses da Coronavac em São Paulo já na tarde de domingo, mesmo sem a decisão da Anvisa ter sido publicada no Diário Oficial. O movimento incomodou os governadores, que haviam pedido que o tucano esperasse para que a vacinação começasse no mesmo dia em todos os Estados.

A decisão de Doria também irritou o governo federal. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a dizer que a ação do governador seria ilegal. Ao mesmo tempo, com a pressão dos governadores, o ministério decidiu antecipar o início da vacinação nacional para esta segunda-feira, quando a previsão era apenas na quarta.

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O governo havia planejado um ato no Palácio do Planalto na quarta-feira, mas a intenção era usar doses da AstraZeneca vindas da Índia --o governo brasileiro negociou a importação de 2 milhões de doses, já que a Fundação Oswaldo Cruz só deve produzir as primeiras doses do imunizante em fevereiro. O governo brasileiro chegou a preparar um avião para enviar ao país, mas a Índia segurou a exportação.

Na manhã desta segunda, Bolsonaro recebeu o embaixador da Índia. A previsão é de que o governo indiano libere a exportação apenas daqui a duas semanas, de acordo com informações passadas pelo fabricante. Instituto Serum, ao jornal The Times of India.

O governo brasileiro será, então, obrigado a iniciar o processo de vacinação com os 6 milhões de doses da Coronavac que já estão no Brasil, apesar da resistência de Bolsonaro.

Por diversas vezes o presidente desdenhou da vacina, a que chamada de "vacina chinesa do Dória". Bolsonaro chegou a mandar cancelar um acordo de compra de 46 milhões de doses feito entre o ministério e o Butantan.

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Bolsonaro criticou ainda os resultados da eficácia da Coronavac --50,38%-- e chegou a dizer, depois da suspensão dos testes no caso da morte de um voluntário que se provou não relacionada com a vacina, que a Coronavac podia causar problemas sérios, o que não é verdade.

"Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la", disse em uma de suas críticas.

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