SP: protesto bloqueia a via Anchieta em São Bernardo do Campo

Depois de interdição por duas horas no início da manhã, rodovia voltou a ser fechada por mais meia hora

19 jun 2013 - 07h30
(atualizado às 12h45)
Protesto interditou o km 23 da rodovia Anchieta em São Bernardo do Campo (SP) na manhã desta quarta-feira
Protesto interditou o km 23 da rodovia Anchieta em São Bernardo do Campo (SP) na manhã desta quarta-feira
Foto: Daniel Sobral / Futura Press

Um protesto pela redução da tarifa do transporte público na capital paulista interditou a rodovia Anchieta, no sentido São Paulo, por duas vezes na manhã desta quarta-feira na região de São Bernardo do Campo. De acordo com a Ecovias, concessionária que administra a via, por volta das 7h10 o bloqueio ocorreu na altura do km 23 e durou cerca de duas horas. Às 11h10, o grupo fechou novamente a rodovia, mas liberou o trânsito meia hora depois. 

Na primeira interdição, cerca de 100 pessoas fizeram uma barreira com objetos e queimaram pneus e outros objetos no local. Depois de quase duas horas, o trânsito foi liberado. Em seguida, os manifestantes seguiram para a sede do governo municipal.

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Às 11h10, o grupo voltou a fechar a rodovia. Duas faixas da pista norte, sentido litoral, ficaram interditas por cerca de 30 minutos na altura do km 18. A concessionária montou um desvio operacional no local para acesso aos bairros. 

Segundo a assessoria de imprensa da Ecovias, o protesto foi feito pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-teto, que se deslocou de São Bernardo do Campo. Durante a manifestação, a concessionária montou desvios operacionais para que os motoristas prosseguissem com a viagem.

"Estamos aqui em solidariedade ao Movimento Passe Livre. Nossa ideia é somar com o que está acontecendo em São Paulo. Somos a favor da tarifa zero. Saúde e educação são públicos, o transporte também deve ser", disse Ana Paula Ribeiro, coordenadora estadual do movimento.

Em São Bernardo do Campo, a tarifa foi reajustada em janeiro deste ano, passando de R$ 2,90 para R$ 3,30. Após medida provisória do governo, houve redução de R$ 0,10, e a passagem baixou para R$ 3,20, no dia 15 de junho.

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Além de São Bernardo do Campo, o movimento fez mais dois atos na manhã de hoje. Na avenida M'Boi Mirim, no extremo da zona sul de São Paulo, e na rodovia Régis Bittencourt, em Taboão da Serra. 

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

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Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

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As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40.

O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

Colaborou com esta notícia o internauta Jailson Soares da Gama, de São Bernardo do Campo (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Com informações da Agência Brasil. 

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Fonte: Terra
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