Moradores de uma favela localizada embaixo da ponte Governador Orestes Quércia, conhecida como Estaiadinha, fazem um protesto na tarde desta terça-feira na Marginal Tietê, na região central de São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, 60 pessoas reivindicam moradia após uma série de incêndios na comunidade, interditando as pistas expressa e local da marginal. Policiais acompanham a movimentação do grupo, que ateou fogo em barricadas. Até as 17h40, não havia registro de confronto.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), os manifestantes bloquearam totalmente as pistas local, central e expressa da Marginal Tietê, sentido Ayrton Senna, junto à ponte Estaiadinha. A recomendação é que os motoristas evitem circular pela região.
Os motoristas também devem evitar o cruzamento da avenida do Estado (sentido Ipiranga) com a avenida Santos Dumont (sentido Aeroporto), nas proximidades da ponte, em função de manifestantes que também interditam totalmente a pista da direita.
A CET interditou nesta terça-feira a ponte Estaiadinha, após uma série de incêndios nos últimos dias. A favela que ficava sob a ponte voltou a ser atingida por um incêndio na segunda-feira. O local foi atingido pelo fogo no sábado, o que ocasionou a interdição da ponte, e também no domingo.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio de segunda-feira começou por volta das 18h20. Duas viaturas foram encaminhadas para o local. Por volta das 19h30 o fogo foi extinto e a Defesa Civil acionada. Por causa de eventuais danos estruturais, ficou decidido que a ponte permaneceria interditada preventivamente.
Não há previsão para a liberação da ponte, que foi inaugurada em 2011 e faz a ligação entre a marginal Tietê e o bairro do Bom Retiro.
Terreno foi alvo de reintegração de posse
O terreno foi alvo de uma ação de reintegração de posse no último sábado, quando moradores fecharam o trânsito na Marginal Tietê. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) paulista, a reintegração de posse foi solicitada pela prefeitura de São Paulo. De acordo com a pasta, cerca de 750 pessoas moravam no terreno, ocupado em julho deste ano.
A SSP afirma que o juiz que autorizou a reintegração do terreno foi informado pela prefeitura que a maioria das pessoas que estão no local já foi cadastrada em um programa de habitação popular e deve ser contemplada em breve.
O local abrigava parte do Clube de Regatas Tietê, que foi desativado no ano passado após a prefeitura, dona do terreno, requisitar a devolução da área. O local também serviu como base para as obras da ponte Governador Orestes Quércia, que liga a avenida do Estado à marginal Tietê, sentido Castello Branco.
Moradores da região já haviam paralisado o trânsito na região em outros protestos, após o anúncio de reintegração do terreno. Depois das manifestações, líderes da comunidade e a prefeitura entraram em acordo e suspenderam, por duas vezes, a reintegração do terreno. A suspensão, porém, foi revogada pela Justiça no último dia 30 de outubro, quando foi expedido um novo mandado.