Nunes sanciona projeto que regulamenta motos por aplicativo na cidade de SP

Prefeito manteve multa por descumprimento; medidas são 'inconstitucionais', na visão das empresas por aplicativo

10 dez 2025 - 09h01
(atualizado às 09h36)

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sancionou nesta quarta-feira, 10, a regulamentação do transporte de passageiros por motocicletas na capital paulista. A sanção foi divulgada no Diário Oficial.

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O projeto foi aprovado pela Câmara na noite de segunda-feira, 8, com alterações em relação ao projeto inicial.

O texto validado pelos vereadores determina a realização de curso pelos condutores e o uso de placa vermelha nos veículos. Também estabelece que passageiro e motociclista usem colete refletivo.

Movimentação de motos na Avenida dos Bandeirantes: serviço de mototáxi foi sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes
Movimentação de motos na Avenida dos Bandeirantes: serviço de mototáxi foi sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes
Foto: Tiago Queiroz / Estadão / Estadão

As empresas ficam obrigadas a arcar com os custos dessas medidas. O projeto ainda proíbe o serviço no centro expandido e nas marginais, veta seu uso por menores de 18 anos e o restringe em dias de tempestades intensas.

A lei manteve a multa de R$ 4 mil a R$ 1,5 milhão para as empresas que desobedecerem as regras da regulamentação.

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Desde 2023, a Prefeitura e as empresas Uber e 99 travam uma briga na Justiça acerca da liberação do serviço na cidade. Após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que municípios não podem proibir o mototáxi, as companhias de transporte por aplicativos anunciaram o início do serviço a partir de quinta-feira, 11 de dezembro.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que a Prefeitura regulamente o modal até essa semana.

A Prefeitura justifica a sanção pelo aumento do número de mortes. Segundo o poder municipal, a cidade de São Paulo registrou crescimento de 20% de 2023 para 2024 no número de óbitos de motociclistas (403 para 483).

A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa as empresas de aplicativo de moto, disse que esse projeto votado na Câmara Municipal "inviabiliza a operação do serviço de mototáxi na cidade".

Ainda segundo a entidade, ele é "inconstitucional, pois cria um conjunto de restrições que, na prática, inviabiliza a operação do serviço na cidade de São Paulo ao impor limitações ao condutor, à moto e aos locais de uso".

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