Mulher processa dentista ao ter parte do nariz necrosada após cirurgia estética

Profissional alega que paciente teve uma síndrome rara ao longo da recuperação e que prestou o suporte necessário

6 jul 2022 - 16h02
(atualizado às 16h34)
Elielma Carvalho Braga teve graves sequelas após procedimento para afinar o nariz
Elielma Carvalho Braga teve graves sequelas após procedimento para afinar o nariz
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Uma esteticista de 37 anos entrou com uma ação na Justiça contra um dentista, afirmando que teve parte do nariz necrosado e outras sequelas decorrentes de um procedimento estético para afinar o nariz. Elielma Carvalho Braga diz que foi submetida a uma alectomia e perdeu parte da pele. Com isso, ela precisou passar por outros 14 procedimentos cirúrgicos para lidar com as sequelas. 

A alectomia é um procedimento estético realizado para afinar o nariz a partir da costura da cartilagem nas asas nasais. Desde agosto de 2020 a alectomia só pode ser realizada por um médico, pois o Conselho Federal de Odontologia proibiu expressamente a realização do procedimento por dentistas. A nova norma foi emitida dois meses depois da realização da cirurgia em Elielma. 

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O dentista Igor Leonardo Soares Nascimento, que realizou o procedimento em sua clínica, localizada no município de Aparecida de Goiânia (GO), diz que as sequelas foram causadas por uma síndrome da própria paciente e que prestou todo o suporte necessário no pós-operatório. 

Procedimento e sequelas

A versão de Elielma, relatada ao Terra por meio de seu advogado, Marcos Lara, sustenta que ela acreditou que o procedimento havia sido bem sucedido, mas começou a sentir fortes dores e alterações no rosto dias depois. A paciente diz que manteve contato com o dentista para receber orientações de como tratar, mas só foi ao consultório do dentista quando a situação ficou mais grave, com bolhas que se assemelhavam a queimaduras. .

Elielma Carvalho Braga teve graves sequelas após procedimento para afinar o nariz
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Os dois foram até uma unidade de saúde para que ela recebesse o atendimento necessário. Como não tem plano de saúde, ela precisou passar por diversos atendimentos na rede pública até encontrar um cirurgião plástico que se disponibilizasse a fazer voluntariamente o tratamento necessário. De lá para cá, foram 14 cirurgias de reparação, incluindo enxerto de pele e gordura, além de reconstrução de uma das narinas.

Atualmente, Elielma precisa usar um alargador nas narinas para conseguir respirar e também necessita de mais cirurgias para melhorar as lesões existentes.

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Indenização pelos danos

Diante das sequelas, Elielma alega que se afastou das pessoas e que usa máscara constantemente por vergonha de seu nariz, que ficou desfigurado após o procedimento. Então, ela decidiu processar o dentista em uma ação de R$ 42 mil para pedir indenização por danos morais, materiais e estéticos.

O dentista Igor Leonardo disse, por sua vez, que não foi a alectomia que gerou o problema. Segundo ele, a paciente desenvolveu a Síndrome de Nicolau. "Uma rara complicação caracterizada por necrose tecidual que ocorre após a injeção de medicamentos", afirma.

Igor também disse que deu total suporte e apoio nos tratamentos feitos por Elielma após a alectomia, inclusive, custeando medicamentos e tratamentos. Ele lamentou a situação.

"Nunca a deixei desamparada em termos financeiros e acompanhei de perto seu tratamento posterior ao ocorrido. Infelizmente, nós, profissionais da área, estamos sujeitos a intercorrências que não são da nossa vontade. Sigo à disposição dela sempre que for preciso. E, qualquer que seja a decisão judicial, eu mesmo farei o possível para colaborar com ela", acrescenta. 

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*Com edição de Estela Marques.

Fonte: Redação Terra
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