Inspetora da PRF foi presa em flagrante na Bahia acusada de injúria racial e agressão contra um capitão da PM durante um jogo infantil; ela nega ofensa racial e incidente segue sob investigação.
Uma inspetora da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia, de 44 anos, foi autuada em flagrante no domingo, dia 5, por suspeita de cometer injúria racial contra um capitão da Polícia Militar, de 41 anos. O caso aconteceu durante uma partida de futebol infantil no bairro Cruzeiro, em Feira de Santana, a 100 km de Salvador.
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Segundo a ocorrência, o oficial da PM teria sido ofendido durante uma discussão com a suspeita e agredido por ela e por dois de seus familiares. A mulher foi submetida a exames de praxe na delegacia e segue à disposição da Justiça.
Os dois envolvidos conversaram com a TV Subaé, afiliada da Globo na região, e apresentaram versões diferentes sobre o caso. O capitão Leandro Muniz contou que estava assistindo ao jogo em que o filho participava, sem farda, quando a inspetora, identificada como Michelle Alencar, começou a reclamar de que ele estaria atrapalhando sua visão da partida.
Em dado momento da discussão, Michelle teria dito: 'Isso é coisa de preto. O policial também contou que teria sido agredido com um soco nas costas pelo filho da inspetora, dando início a uma luta corporal. Nas redes sociais, circulam imagens da troca de agressões.
Já Michelle admitiu ter se alterado e usado palavras de baixo calão na discussão, mas negou que tenha proferido ofensas de cunho racial. Ela também negou que seu filho tenha iniciado a agressão contra o policial militar.
O Terra também entrou em contato com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) que disse ter tomado conhecimento "de um suposto incidente" envolvendo servidora da instituição fora de serviço. "A PRF acompanha a situação, bem como a investigação das autoridades competentes e adotará as medidas cabíveis para apurar os fatos", afirmou.
O Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado da Bahia (SINPRF-BA) publicou uma nota na manhã desta segunda-feira, dia 6, em apoio à inspetora.
"Desde o primeiro momento, o SINPRF-BA está acompanhando de forma próxima e responsável toda a situação, prestando amparo jurídico e institucional à servidora e assegurando que todos os procedimentos sejam conduzidos com respeito aos princípios constitucionais da presunção de inocência, do devido processo legal e da ampla defesa", disse o texto.
"É importante esclarecer que, segundo as informações disponíveis e os elementos já colhidos, a Policial Rodoviária Federal jamais proferiu qualquer palavra ou atitude de cunho racista. Ao contrário, ela e seus familiares foram vítimas de agressões físicas e verbais, fato devidamente comprovado por exame de corpo de delito e amplamente registrado em vídeos que circulam nas redes sociais", complementou a nota, que questiona a veracidade da denúncia feita pelo policial militar e pelas testemunhas.