Com medo de vandalismo, lojas e escolas do Rio de Janeiro fecham

21 jun 2013 - 16h13
(atualizado às 16h19)
<p>Rio de Janeiro vive escalada de violência em protestos</p>
Rio de Janeiro vive escalada de violência em protestos
Foto: AFP

Estabelecimentos comerciais e escolas na zona oeste do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense fecharam por medo de vandalismo e violência durante os protestos, previstos para a tarde desta sexta-feira. Na Barra da Tijuca, em Santa Cruz e em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, dezenas de shoppings encerraram as atividades após o horário do almoço e liberaram os funcionários, por "motivos de segurança preventiva", e só reabrirão no sábado. Uma manifestação na região estava marcada para iniciar a partir das 16h. No centro de Campo Grande, o comércio está todo fechado.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

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Em Nova Iguaçu, Duque de Caxias e em Queimados, na Baixada Fluminense, lojas, fábricas e escolas foram fechadas, após anúncio de protestos a partir das 16h. A volta para casa mais cedo dos trabalhadores provocou trânsito intenso nas principais vias de acesso à capital, como as linhas Vermelha e Amarela.

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Após atos de vandalismo durante a manifestação da noite de quinta-feira, o centro do Rio amanheceu com postes, relógios, pontos de ônibus e semáforos destruídos. Fachadas de estabelecimentos comerciais, prédios públicos e de agências bancárias também foram alvo dos vândalos. Uma cabine da Polícia Militar (PM) foi queimada na altura da Central do Brasil, mas os destroços já foram retirados da pista.

No Rio de Janeiro, a manifestação ocorria em clima pacífico. A confusão foi deflagrada depois de um confronto entre os próprios manifestantes, em frente ao prédio da prefeitura. No centro da cidade, depois de quatro horas de enfrentamento entre o público e a polícia, o tumulto ainda se espalhou por outros pontos.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

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A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil
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