O Brasil manteve em 2016 o status de um dos países mais desiguais do mundo quando o assunto é renda, com 1 por cento dos brasileiros com rendimento mais elevado ganhando 36 vezes mais do que metade da população, que tem os menores salários.
Os dados são da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad) divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa pequena fatia da população mais rica tinha rendimento médio mensal de 27.085 reais no ano passado, ao passo que o rendimento médio dos 50 por cento com os piores salários era de apenas 747 reais, valor abaixo do salário mínimo do ano passado, de 880 reais.
A discrepância entre os números foi ainda maior em termos regionais, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, que concentram maior número de pessoas de menor renda
"O Brasil tem uma das maiores desigualdades no mundo", disse o coordenador do IBGE, Cimar Azeredo. "Em tempos de crise, essa desigualdade se acentua", acrescentou, lembrando que o período de recessão (2014 a 2016) afetou sobretudo a população de baixa renda.
O índice de GINI, uma métrica internacional para medir a desigualdade dos países, ficou em 0,525, na escala que vai de zero a 1. Quanto mais perto de zero, menor a desigualdade de um país.
No Nordeste, ainda segundo o IBGE, o GINI atingiu em 2016 0,545, enquanto que no Sul ficou em 0,465.
A Pnad de 2016 passou por uma mudança no seu questionário no item relativo ao rendimento e, por isso os dados de agora não são comparáveis com informações divulgadas anté então. O IBGE pretende ainda no primeiro semestre de 2018 publicar os dados que possam ser comparáveis a anos anteriores.
O IBGE divulgou ainda que o país tinha 1,8 milhão de crianças de 5 a 17 anos trabalhando em 2016.
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