Bolsonaro admite querer beneficiar filho, mas nega relação com indicação a embaixada

18 jul 2019 - 20h13

O presidente Jair Bolsonaro disse em sua transmissão semanal nas redes sociais nesta quinta-feira que pretende, sim, beneficiar um filho seu, mas negou que isso tenha relação com a intenção de indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como embaixador nos Estados Unidos.

Jair Bolsonaro com o filho Eduardo atrás
04/12/2018
REUTERS/Adriano Machado
Jair Bolsonaro com o filho Eduardo atrás 04/12/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O presidente reiterou que pretende indicar o filho para um dos postos mais importantes da diplomacia brasileira, e ressaltou que fará isso mesmo que lhe custe o apoio de pessoas que votaram nele nas eleições presidenciais do ano passado.

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"Lógico que é filho meu. Pretendo beneficiar filho meu, sim, pretendo, está certo? Se eu puder dar um filé mignon para o meu filho eu dou, mas não tem nada a ver com filé mignon essa história aí, nada a ver. É realmente nós aprofundarmos um relacionamento com um país que é a maior potência econômica e militar do mundo", disse Bolsonaro.

"Pretendo encaminhá-lo, sim. Quem disse que não vai mais votar em mim, paciência", acrescentou.

Assim como fez mais cedo nesta quinta, durante discurso em evento para marcar os 200 dias de seu governo, Bolsonaro voltou a comentar que poderia enviar o atual ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, como embaixador em Washington e nomear Eduardo como ministro. Dessa vez, no entanto, e ao contrário do tom que usou mais cedo, disse que não faria isso, por entender que o filho não está preparado para ser chanceler.

"Se eu quiser hoje --não vou fazer isso, jamais-- eu chego, chamo o Ernesto Araújo e falo 'Ernesto, vai para Washington você, que eu vou botar o Eduardo como ministro das Relações Exteriores'", disse.

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"Eu posso botar meu filho para ministério. Jamais faria isso aí. Não está preparado para isso. Está preparado, sim, para ser o nosso representante, um bom cartão de visita e fazer bons relacionamentos lá nos Estados Unidos", acrescentou.

Caso tenha confirmada a indicação para embaixador em Washington, Eduardo terá de ser sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e, posteriormente, ter o nome aprovado pelo colegiado e pelo plenário da Casa. Para assumir a embaixada, ele também teria de renunciar ao mandato parlamentar, o que já declarou estar disposto a fazer.

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