Alexandre de Moraes prorroga prisão de homem que ameaçou ministros do STF

Ministro mencionou a possibilidade de obstrução ou prejuízo para a investigação caso Ivan Rejane seja solto

26 jul 2022 - 11h47
Ivan Rejane
Ivan Rejane
Foto: Reprodução

 O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), prorrogou a prisão de Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, preso desde o dia 22 após ameaçar ministros da Corte, em decisão nesta terça-feira, 26. Com isso, a prisão passa a valer por mais cinco dias.

Na manifestação, Moraes menciona a possibilidade de obstrução ou prejuízo para a investigação caso Ivan seja solto.

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Na segunda-feira, 25, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou a manutenção da prisão de Ivan Rejane. Segundo o jornal Correio Braziliense,  a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, mencionou que perícia sobre o caso ainda estão em andamento e que a soltura de Ivan poderia prejudicar as investigações em curso. 

“Considerando que a conclusão da perícia técnica pode ensejar a necessidade de novas diligências investigativas urgentes para a coleta de elementos de informação e que a liberdade do custodiado representa concreto risco para a investigação (…) a prorrogação da prisão temporária é imprescindível para a eficácia da investigação”, manifestou-se Araújo.

O caso 

Preso pela Polícia Federal por determinação de Moraes, Ivan Rejane fazia ameaças em um canal no YouTube, no qual se apresenta como "terapeuta" para dependentes químicos.

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Seus vídeos são repletos de xingamentos e palavras de baixo calão. Ele diz que sua "guerra" é "contra o tráfico de drogas", mas seus alvos preferenciais são políticos de esquerda, a quem ele associa a existência do narcotráfico, e os ministros do Supremo, que, segundo ele, "mandam soltar esses vagabundos".

"A minha vontade é meter uma bala na cabeça desses juízes e desembargadores, a minha vontade é tacar fogo neles", afirma, em um vídeo publicado no dia 9 de julho.

Ivan diz oferecer tratamento on-line para dependentes químicos e seus familiares. Em seus vídeos no YouTube, ele trata o tema de forma incisiva e não convencional: "Se você é viciado em substâncias ou pessoas, sua vida é infeliz, sua vida é uma bosta, uma merda, um lixo, está na hora de mudar essa parada; me procura! Meu nome é Ivan Pinto, sou terapeuta e comigo o papo é reto", afirma. Ele diz, ainda, ministrar cursos e comandar grupos de ajuda mútua, além de oferecer atendimento de maneira "personalizada".

Ao decretar a prisão temporária, Alexandre de Moraes considerou que as declarações de Ivan Pinto nas redes sociais consistem em "discursos de ódio e incitação à violência" e se destinam a "corroer as estruturas do regime democrático e a estrutura do Estado de Direito".

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Em uma publicação recente, o "terapeuta" afirmou que o próximo 7 de Setembro será a "culminância da indignação popular brasileira". "Está na hora de invadir o STF", disse.

"Eu vou dizer uma coisa para vocês, togados vagabundos (...) Nós não vamos só invadir o STF, não. Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo", disse no dia 8 de julho.

Ivan também faz ameaças a políticos de esquerda, sobretudo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Eu vou dar um recado para a esquerda brasileira, principalmente para o Lula. Desgraçado, bota o pé na rua, que nós vamos te mostrar o que nós vamos fazer com você, seu vagabundo. Anda de segurança até o talo, que nós, da direita, vamos começar a caçar você, essa Gleisi Hoffmann, esse (Marcelo) Freixo frouxo, todos esses que te cercam", afirma, em vídeo de 8 de julho.

Em vídeo publicado no dia 13 de julho, Ivan diz que vai passar em cima de esquerdistas "com um rolo compressor" e mandá-los para "a vala". Ele divulga fake news sobre o processo eleitoral, dizendo que o Exército vai auditar "cada urna eletrônica" dentro da "sala secreta do TSE", e faz ofensas homofóbicas a apoiadores da esquerda.

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"Cambada de colorido, arco-íris, 'tchutchuquinhas', podem tremer, nós, da direita, vamos passar o carro, o rolo compressor over you. Se prepara, o terror está só começando", diz.

Ivan foi candidato a vereador em Belo Horizonte pelo PSL nas eleições de 2020. Ele teve 189 votos e não foi eleito.

* Com informações do Estadão Conteúdo 

Fonte: Redação Terra
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