Street Fighter 2010: o spin-off mais estranho (e esquecido) da franquia

Sim, existe um jogo onde o Ken Masters virou um ciborgue do futuro

8 ago 2025 - 17h08
Street Fighter 2010: o spin-off mais estranho (e esquecido) da franquia
Street Fighter 2010: o spin-off mais estranho (e esquecido) da franquia
Foto: Reprodução/Capcom

Antes de Street Fighter se tornar o gigante dos jogos de luta que conhecemos, a Capcom decidiu experimentar um caminho inesperado — e, para muitos, completamente fora de lógica.

Em 1990, o Nintendinho recebeu Street Fighter 2010: The Final Fight, um título que, apesar do nome, pouco tem a ver com socos, chutes e torneios. Trata-se, provavelmente, do spin-off mais estranho (e esquecido) que a franquia já viu.

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Mas o que o torna tão bizarro? Confira a seguir aqui no Game On!

Implantes cibernéticos e caçadas interplanetárias

A história leva o jogador para um futuro distópico no ano de 2010. Ken Masters — sim, aquele Ken — aposentou o karatê e se tornou um cientista cibernético em uma colônia espacial.

Depois que seu parceiro é assassinado e um perigoso parasita alienígena é roubado, ele é transformado em um ciborgue capaz de viajar por diferentes planetas para investigar o crime e buscar vingança.

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Nada de Hadoukens ou Shoryukens: agora Ken dispara projéteis, salta entre plataformas e até se converte em uma esfera de energia para enfrentar robôs e monstros alienígenas em ritmo frenético.

Enquanto isso no Japão

Street Fighter 2010: The Final Fight
Foto: Reprodução

No entanto, essa trama maluca é fruto da localização para o mercado ocidental. No Japão, o jogo não tem nenhuma relação com Street Fighter ou Ken Masters. Lá, o protagonista é Kevin Straker, um policial ciborgue da Polícia Galáctica encarregado de eliminar os “Parasitas”: criminosos interplanetários que ganharam poderes sobre-humanos graças a um inseto implantado em seus corpos.

A ligação com Street Fighter foi, portanto, uma invenção para aproveitar o nome e criar um apelo comercial. Vale lembrar, que naquela época existia apenas um jogo, o Street Fighter original de 1987, que já contava com a presença de Ken e Ryu.

Essas mudanças na localização não só alteraram o enredo, mas também criaram uma ponte artificial com a franquia Street Fighter, transformando o jogo em um spin-off “de nome”, quando, na verdade, sua origem e história eram completamente independentes.

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Além disso, o subtítulo "The Final Fight" também é curioso, já que remete à outra franquia famosa da Capcom - na época existente apenas com a versão arcade, lançada em 1989. Mas também não tem nenhuma ligação direta com a franquia de beat ‘em up que conhecemos com Cody, Haggar e Guy, lançada apenas alguns meses antes.

Caiu no esquecimento

Street Fighter 2010: The Final Fight
Foto: Reprodução

A jogabilidade de Street Fighter 2010 foge totalmente do formato de lutas da série original, apostando em fases curtas que funcionam como arenas fechadas: é preciso derrotar todos os inimigos para abrir um portal e seguir adiante.

A dificuldade é alta, os controles exigem precisão e a narrativa tem cara de filme de ficção científica de baixo orçamento. Não surpreende que o jogo tenha desaparecido rapidamente dos holofotes e caído no esquecimento.

Hoje, Street Fighter 2010 é mais lembrado como uma curiosidade bizarra, um exemplo de como, antigamente, os estúdios arriscavam utilizar suas marcas conhecidas de formas ousadas (e nem sempre bem-sucedidas) pensando no marketing, assim como faziam alterações drásticas em localizações - algumas até divertidas, é verdade - na tentativa de conquistar o público ocidental.

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No fim das contas, o jogo pode não ter deixado um legado duradouro na série, mas segue sendo uma relíquia fascinante para quem gosta de explorar os cantos mais obscuros da história dos videogames. Afinal, quantas vezes você viu Ken Masters trocar as lutas marciais por implantes cibernéticos e combates espaciais?

Fonte: Game On
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