É possível? Conheça jogos desenvolvidos por só uma pessoa

Desenvolvimento de games não é tarefa fácil, imagine, então, para uma equipe limitada a uma ou duas pessoas. Veja alguns trabalhos desses!

22 jan 2022 - 13h37
Divulgação/Wallpaper Cave
Divulgação/Wallpaper Cave
Foto: GameON

Ficou confuso ao ler o título e depois o resumo? Pois bem, não foi um erro de digitação, tampouco de raciocínio: alguns jogos são completamente desenvolvidos por uma só pessoa, enquanto outros são majoritariamente criados por uma pessoa enquanto outra fica responsável pela trilha sonora ou pela direção de arte.

Como listas assim são bastante subjetivas, o critério usado talvez fique um pouco volátil de um título para outro, mas o foco ainda é apresentar jogos desenvolvidos por uma só pessoa, ainda que eles possam ter tido ajuda ali, aqui, lá e acolá em determinados momentos — desde que, é claro, essa ajuda tenha sido efêmera e não presente no processo inteiro de desenvolvimento.

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De qualquer forma, feitas as justificativas iniciais, que tal irmos à lista em ordem alfabética de uma vez por todas?

Another World

Divulgação/Steam
Foto: GameON

Essa joia normalmente esquecida de 1991 foi desenvolvida pelo veterano da indústria Éric Chahi, em atividade nessa carreira desde os anos 80. Another World pertence ao gênero plataforma, mas também inclui vários puzzles ao longo do jogo, de modo a adicionar desafios na vida do protagonista — o físico Lester Knight.

A premissa diz respeito a um acidente ocorrido no laboratório desse cientista cujo objetivo da pesquisa era descobrir os mistérios do universo por meio de um acelerador de partículas. Um raio acerta o laboratório bem na hora em que o acelerador está em ação, causando uma fenda espaço-temporal que joga o rapaz diretamente num planeta alienígena.

Axiom Verge

Divulgação/Epic Games Store
Foto: GameON

Criado por Thomas Happ, Axiom Verge chegou no já distante ano de 2015 e foi responsável por um pequeno renascimento dos metroidvania na época, impulsionando vários títulos subsequentes ao sucesso. Ele mesmo, inclusive, não fugiu ao deleite do público, sendo, inclusive, nomeado para Melhor Jogo Indie no The Game Awards 2015.

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Tal qual seu antecessor na lista de jogos desenvolvidos por uma pessoa, a história aqui também gira em torno de um cientista perdido num mundo diferente do seu. O ponto de distanciamento dos jogos, entretanto, é que aqui o protagonista continua morrendo e ressuscitando inúmeras vezes, preso numa espécie de planeta tecnocrático e sendo guiado por uma cabeça gigante e decadente.

Banished

Divulgação/Steam
Foto: GameON

A premissa é bastante similar àquelas de outros jogos de construir e gerenciar cidades, como os da franquia Anno ou mesmo Sim City. A diferença, como você pode imaginar por estar lendo essa lista, é que um jogo colossal desses foi desenvolvido por uma única pessoa — no caso Luke Hodorowicz.

Com um sistema de economia bem desenvolvido e a necessidade de administrar recursos e habitantes, Banished parte do princípio de que sua cidade foi fundada por colonos expulsos ou nômades, vide o nome do jogo. Vide, também, qualquer imigração em massa ocorrida na história da humanidade.

Braid

Divulgação/Steam
Foto: GameON

Este simpático jogo de plataforma e quebra-cabeças foi projetado por Jonathan Blow (também conhecido como Number None), com trilha sonora feita por outra equipe e ilustrações de outro artista. Por qual motivo ele figura aqui, então? Por essas listas serem subjetivas, como já mencionado. Ademais, o desenvolvimento em si ficou a cargo do próprio Blow.

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Braid explora uma narrativa não exatamente linear sobre um jovem em busca de uma princesa, raptada por um monstro maléfico. Não há muitas informações sobre o protagonista quando você joga pela primeira vez, o que torna a mecânica de viagem no tempo bem atrativa e funcional.

Cave Story

Divulgação/Nintendo
Foto: GameON

O nome da vez é Pixel (ou Daisuke Amaya, como preferir), responsável por criar o espetacular Cave Story. Ele foi responsável, além do desenvolvimento, tanto pela arte quanto pela trilha sonora do título original. Depois de ter ports para alguns consoles da Nintendo, a trilha sonora ficou a cargo de diferentes compositores. Mesmo assim, isso não tira o mérito do jovem rapaz.

A história gira em torno de uma personagem que acorda dentro de uma caverna sem saber quem é, o que aconteceu, como proceder, etc. Alegorias platônicas de lado, temos também coelhos humanoides, flores potencialmente virulentas e parceiros interessantes no meio dessa jornada que, para quem conhece, se tornou um dos jogos independentes mais amados e interessantes dos últimos 18 anos.

Iconoclasts

Divulgação/Steam
Foto: GameON

A figura por trás desse metroidvania de sucesso é Joakim Sandberg. Tirando inspiração de vários títulos independentes, o programador sueco também ficou responsável pelas composições do game. Difícil imaginar que esse tenha sido um dos jogos desenvolvidos por uma pessoa, ainda mais ao considerarmos o nível de detalhes do mundo que nos é apresentado.

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A história gira em torno de uma mecânica autodidata chamada Robin, que vive num universo dominado por uma espécie de seita altamente distópica, vide o título Iconoclasts. O problema é que a nossa heroína não é uma mecânica registrada, o que faz com que agentes dessa organização religiosa prendam-na e causem outros distúrbios do gênero. Claro, há um grande plot envolvido por trás, mas aí só jogando pra você descobrir.

Mainichi

Divulgação/Mattie Brice
Foto: GameON

Desenvolvido por Mattie Brice com auxílio da ferramenta RPG Maker, Mainichi — que significa todos os dias em tradução literal do japonês — é uma experiência bem intimista sobre a vida cotidiana de uma pessoa transgênero. O jogo é simples no que se propõe, mas isso não significa que ele seja simples no que representa, muito pelo contrário.

Para muitas pessoas ao redor do mundo, acordar todos os dias já é difícil. Acordar sabendo o que te espera, somente por ser quem é, torna tudo mais complexo. Rastros sutis de violência permeiam cada passo da protagonista, cuja saída costuma ser, infelizmente, sorrir e seguir, andando como uma armadura impenetrável. Você pode jogá-lo gratuitamente pelo site da desenvolvedora.

Papers, Please

Divulgação/Steam
Foto: GameON

Completamente desenvolvido pelo veterano da indústria Lucas Pope, Papers, Please é um jogo bastante interessante que te coloca na pele de um funcionário da imigração de um país fictício chamado Arstotzka, que lembra muito alguns países da era soviética. Todo o design e composição sonora também foram criados por Lucas.

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O jogador é responsável por admitir ou banir visitantes do país conforme a validade de seus vistos. Para tal, você precisa checar informações básicas como nome, data de nascimento, idade, altura, peso e, conforme o avanço no game, outras informações mais complexas, como estilo do carimbo de um visto diplomático. Vale ressaltar que é necessário fazer isso correndo. Um bônus é uma organização, que mais parece uma seita, entrando em contato sempre.

Spelunky

Divulgação/GOG
Foto: GameON

Spelunky é considerado um dos melhores games independentes de todos os tempos, principalmente por suas características que permeiam o gênero roguelike e o misturam com jogos de plataforma. Isso não parece surpreendente em 2022, mas é importante lembrar que o desenvolvedor Derek Yu fez o jogo completamente sozinho e o lançou gratuitamente em 2008, fazendo ports para consoles ao longo da década seguinte.

Não há muito segredo na gameplay: você toma o controle de uma espécie de minerador, responsável por coletar tesouros numa caverna gerada de forma procedural. Lógico que há monstros e outros obstáculos para enfrentar ao longo dessa jornada — do contrário não seria um jogo muito atrativo, convenhamos. Há princesas espalhadas que podem ser resgatadas também; ao desbloqueá-las como personagens jogáveis, quem precisa ser resgatado é o minerador.

Stardew Valley

Divulgação/Steam
Foto: GameON

Um dos maiores sucessos dos últimos tempos, Stardew Valley foi desenvolvido ao longo de um período de 7 anos por Eric Barone. Depois de lançado, ele foi auxiliado por outros desenvolvedores em questões de atualizações e melhorias, mas a base em si foi completamente criada por Eric. Não por acaso, se transformou em um dos jogos mais amados pela comunidade, principalmente por quem gosta de relaxar um pouco.

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Depois de muito sofrimento trabalhando numa grande corporação, você larga essa vida de operário sofredor para trás e herda uma fazenda do seu avô na pacata Cidade Pelicano. Lá, você pode montá-la como bem entender, plantar o que quiser, pescar, enfrentar monstrinhos na mina, conversar com outros habitantes e até casar e ter filhos. É o jogo perfeito para relaxar depois de momentos estressantes na vida, só tome cuidado para não ser enfeitiçado e querer se mudar para o interior viver da terra.

Thomas was Alone

Divulgação/Steam
Foto: GameON

Esse fascinante título foi desenvolvido por Mike Bithell, com uma singela aparição de Danny Wallace encarnando a voz de Thomas como narrador. Um dos aspectos mais marcantes do jogo foi justamente colocar o jogador como uma inteligência artificial senciente, e não representá-la aos olhos de humanos. A narrativa de Thomas was Alone se desdobra a partir desse conceito, o que é bem inovador e convidativo aos entusiastas da ficção científica.

A história gira em torno de Thomas, uma inteligência artificial que ganhou consciência do seu status. De um modo muito sincero, nosso jovem protagonista, na forma de um retângulo vermelho, embarca numa jornada de autoconhecimento, encontrando outras inteligências artificiais ao longo do caminho, cada qual com sua personalidade. Eventualmente, Thomas se dá conta do gigante mundo de possibilidades fora do seu ambiente, buscando por liberdade.

Touhou Project

Divulgação/Touhou Project
Foto: GameON

Não muito conhecido fora do nicho, o projeto Touhou foi completamente desenvolvido por um só homem conhecido como ZUN — ou Jun’ya Ota, caso prefira nomes reais. Já são 18 jogos na série, todos criados apenas por ZUN — com exceção de alguns spin-offs. O desenvolvedor, inclusive, já comentou que não gosta de trabalhar em grupo. De qualquer maneira, é o suprassumo dos jogos desenvolvidos por uma pessoa só.

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Os jogos são do gênero bullet hell, também conhecidos como aqueles jogos em que há uma nave ou personagem sozinho atirando em inimigos que aparecem na tela o tempo todo. A diferença é que são muitos oponentes e cada um possui habilidades diversificadas. No caso de Touhou, são espíritos antropomorfos que parecem moças bonitas. A história gira em torno de algumas guardiãs de templos xintoístas, com o primeiro game lançado em 1997.

A essa altura, talvez você esteja se perguntando por qual motivo Undertale não está na lista. O motivo é muito simples: ao contrário do que muitos pensam, Toby Fox não foi o único desenvolvedor do jogo, que contou com vários ajudantes nas mais diversas etapas de produção. O problema é que Toby costuma clamar que ele fez tudo sozinho, o que não é verdade — ele desenvolveu a maior parte sozinho, sim, mas ao invés de ter uma ou outra pessoa envolvida, há todo um time responsável por artes, testes e afins. Enfim, essa foi a lista de jogos desenvolvidos por uma pessoa ou, no máximo, duas, sendo a segunda pessoa compositor ou designer no processo de criação.

E aí, achou que faltou alguém? Deixa aí nos comentários!

Fonte: Game On
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