Insane: Produtora brasileira quer revolucionar MMORPGs

Criado em 2009, estúdio já teve jogos baixados 10 milhões de vezes e trabalha há 7 anos no desenvolvimento de Profane

15 jul 2022 - 09h17
(atualizado às 14h41)
Profane quer levar MMORPGs de volta às raízes
Profane quer levar MMORPGs de volta às raízes
Foto: Insane / Divulgação

Em 2009, Diego Beltran fundou a Insane, uma desenvolvedora de jogos com a missão de revolucionar o segmento de MMORPGs, os famosos games online com milhares de jogadores que se aventuram juntos em grandes mundos virtuais, compartilhando centenas (e até milhares) de horas de aventuras digitais.

Como várias outros estúdios, a produtora deu seus primeiros passos desenvolvendo jogos para outras empresas. A Insane fez games de sucesso nessa época, como os jogos Coelhadas da Mônica e Jogo do Cascão, para a Maurício de Souza Produções. Ambos os games somam mais de 10 milhões de downloads, uma marca invejável.

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Porém, sete anos atrás, Beltran decidiu que era hora de focar os esforços do estúdio no projeto com o qual sonhou por muitos anos, seu próprio MMORPG. Foi assim que surgiu Profane, um dos mais promissores jogos em desenvolvimento no Brasil.

Sonho de criança

A Insane surgiu do sonho de criança de Beltran, jogador apaixonado por MMORPGs clássicos como Ultima Online. Foi o que contou o fundador do estúdio ao Game On. "Aos 12 anos, eu vi uma revista com um CD de criação de jogos, chamado Click & Play. O programa permitia criar jogos com uma linguagem visual", relembrou o desenvolvedor, entregando a idade. "O tutorial vinha numa fita VHS!".

Diego Beltran começou a se interessar por produzir jogos ainda criança
Foto: Insane / Divulgação

Após passar a adolescência prototipando jogos, Beltran foi modelador 3D, animador, programador e trabalhou em agências. "Estava ganhando 'skills' para criar experiências mais próximas do que eu sonhava", contou. 

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Quando os MMOs se tornaram um dos principais gêneros de games por volta de 2009, com jogos como Everquest e World of Warcraft atraindo milhões de jogadores, Beltran decidiu fundar a Insane, não para seguir a onda, mas por não ter gostado do que viu.

Profane é um MMORPG sandbox feito no Brasil
Foto: Insane / Divulgação

"A geração que cresceu com WoW pensa em RPG como classes de personagem e missões de coleta, se perdeu a confecção de histórias pelos jogadores, como eram nos primeiros games do gênero e também nos RPGs de mesa". Foi assim que em 2015, Beltran engavetou todos os projetos para focar na criação de Profane, o MMORPG da Insane. "Eu estava insatisfeito com o design desses jogos. Fui jogador de Ultima Online, que era completamente diferente", explicou.

Essa volta às raízes é o grande chamariz de Profane. O jogo da Insane é um RPG online sandbox, voltado totalmente para o jogador, ambientado em um mundo aberto e dinâmico que reage às ações do jogador, fazendo com que cada aventura seja uma nova experiência.

Profane é desenvolvido a patir da criação de regras necessárias para que os jogadores possam construir o mundo a partir de suas ações, dando mais liberdade de ação e mesmo narrativa para os seus personagens. "A gente pensa em como a cultura de uma facção vai funcionar, por exemplo, não na história deles. Os NPCs no Profane funcionam como uma IA de jogo de estratégia e interagem com os jogadores", disse Beltran, apontando que desta forma, podem haver diferentes facções do mesmo povo no jogo, com interesses diferentes dependendo do contexto.

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Direção de arte de Profane era bem diferente em 2015
Foto: Insane / Divulgação

"Eu quero uma experiência de RPG de verdade, como tinha sido no Ultima Online. Até por isso, o desenvolvimento do Profane é um movimento feito pela empresa e pela comunidade", comentou. "Sem a comunidade não tem como trazer essas novidades para o MMO, a gente tenta integrar cada vez mais os jogadores no processo criativo".

Em que pé está a produção?

"Desenvolvemos o jogo completo até 2018, como um pré-projeto", disse Beltran sobre a longa produção de Profane. "Trouxe a comunidade de MMOs, a turma do Ultima Online, para acompanhar a produção, abrimos servidores para a comunidade".

Nesse processo, a Insane aprendeu que o código para programar um MMO é muito mais complexo do que outros jogos e foi preciso reestruturar muita coisa para chegar a fase alfa do game. "Com o tempo extra que ganhamos com isso, a arte também passou por um 'revamp' para ficar mais atual".

A abordagem de criaçao do mundo do jogo da Insane já rendeu algumas surpresas. "Teve labirinto subaquático que criamos no pré-alpha, por exemplo, os jogadores da fase de testes conseguiram explorá-lo", contou Beltran, entusiasmado. "Eles encontraram tesouros lá no fundo que, usados na superfície, invocaram um chefão enorme. Foi algo totalmente inesperado!".

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Quando Profane será lançado?

O desenvolvimento do jogo está bastante avançado e há um 'roadmap' que a Insane precisa cumprir em 2022. Serão quatro fases de desenvolvimento ao longo do ano. Por enquanto, Profane não tem uma data exata para o lançamento.

Profane será gratuito para jogar com venda de itens dentro do jogo, "mas nenhum benefício ou vantagem será vendido", reforçou Beltran. Ou seja, a loja terá itens cosméticos para personalizar os aventureiros dos jogadores.

Com novos jogadores entrando para experimentar o game ao final de cada fase de desenvolvimento, a equipe formada por cerca de 50 profissionais sonha em levar Profane para a realidade virtual, mas por enquanto, o foco está em entregar um jogo bastante sólido para PC antes de considerar qualquer outra plataforma. "Mas não temos nada contra levar Profane para consoles ou celular no futuro", contou o desenvolvedor.

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Fonte: Game On
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