Fallout acerta onde outras adaptações dos games falharam

Série da Amazon Prime consegue transportar não só o jogo para o formato live action, mas o espectador para o mundo dos jogos

17 abr 2024 - 06h00
(atualizado em 19/4/2024 às 13h45)
Ella Purnell é Lucy, a protagonista de Fallout na Amazon Prime Video
Ella Purnell é Lucy, a protagonista de Fallout na Amazon Prime Video
Foto: Amazon Prime Video / Divulgação

Já falamos aqui no Game On que as adaptações de jogos são a nova mina de ouro de Hollywood. Exemplos não faltam: Uncharted: Fora do Mapa e Super Mario Bros. O Filme foram sucesso nos cinemas, enquanto The Last of Us e Arcane conquistaram um público que vai muito além dos velhos fãs das franquias na TV. Mas depois de assistir – mais de uma vez – aos oito episódios da primeira temporada de Fallout, é preciso admitir: a série da Amazon Prime Video acertou em cheio ao transportar não só o mundo do jogo para o formato live-action, como também em levar o espectador para o universo dos jogos.

Assinada por Jonathan Nolan e Lisa Joy, responsáveis por Westworld, a produção é fiel ao universo estabelecido ao longo de mais de duas décadas de videogames, e quem é fã da franquia se delicia com a quantidade de pequenos detalhes recriados em todas as cenas, mas que nunca forçam a barra para existir como referência e nem entram no caminho da interpretação dos espectadores. Não é preciso conhecer ou ter jogado todos os jogos para entender e se divertir com Fallout – mas fica o aviso: você pode acabar se apaixonando.

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Mesmo quem jogou tudo de uma ponta à outra é rapidamente fisgado pela trama inédita. Ambientada nove anos após os créditos de Fallout 4, último título em ordem cronológica, Fallout funciona praticamente como o próximo jogo da série, estabelecendo o cenário para o futuro da franquia. Na série, o jogador, digo, o espectador, acompanha Lucy (Ella Purnell), uma jovem idealista recém-saída de um abrigo nuclear, pelos Ermos selvagens que um dia foram a Costa Oeste dos Estados Unidos. Há muitas reviravoltas, e quem assiste se vê diante das escolhas nada fáceis da protagonista em um mundo onde o certo e o errado importam menos do que sobreviver.

A série também consegue transmitir a sensação de mundo aberto, com vários encontros aleatórios com personagens no mínimo curiosos e pequenas aventuras esperando em cada esquina. Como diria Ghoul, caubói zumbificado interpretado por Walton Goggins que rapidamente se tornou um dos favoritos dos fãs, a regra de ouro de Wasteland é que "sempre aparece alguma babaquice para distrair você do seu caminho", uma sensação que os jogadores de Fallout conhecem muito bem – e adoram.

O caçador de recompensas conhecido como o "Ghoul" é o personagem favorito da série
Foto: Fallout / Reprodução

Fallout não tenta reescrever a história dos jogos, nem contar novamente aquilo que os veteranos da franquia já sabem de cor. Também não diminui o tom para agradar uma audiência mais ampla: a série é repleta de violência, estranhezas e críticas sociais contundentes, elementos que sempre se destacaram na franquia. Confiar no próprio conteúdo e apresentá-lo ao mundo com a mesma convicção que os jogos fizeram parece ser o grande segredo da série, algo que outras produções nem sempre tiveram coragem de fazer.

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A capacidade da série em apresentar este mundo para um novo público e reacender a chama nuclear de Wasteland nos fãs é comprovada pela enxurrada de jogadores que decidiram embarcar para os Ermos em todas as plataformas no último fim de semana. Fallout 4 e Fallout 76 tiveram picos de jogadores no Steam e voltaram ao Top 20 entre os mais jogados nos consoles Xbox, e mesmo os jogos mais antigos, como Fallout New Vegas e Fallout 3, registraram aumento na base de jogadores – a série da Amazon soube vender os jogos como nenhuma outra antes.

Com oito episódios, a primeira temporada de Fallout está disponível na Amazon Prime Video.

Fonte: Game On
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