Lunar Lander Beyond é bom relançamento de um clássico

Jogo da Atari tinha a missão de trazer título famoso de 1979 para um novo público

22 abr 2024 - 13h16
Lunar Lander Beyond é remake de jogo de 1979 da Atari
Lunar Lander Beyond é remake de jogo de 1979 da Atari
Foto: Atari / Divulgação

Na década de 70, a Atari liderou e revolucionou a então nova indústria de games. E dentre seus vários títulos de sucesso, em 1979 a empresa lançou Lunar Lander, que ajudou a popularizar um gênero de jogos que leva o seu nome. Nos últimos anos, a Atari voltou a atuar com força no mercado e em 2024 lança Lunar Lander Beyond, o remake de um dos games mais populares da história.

Em 1979, quando o jogo original chegava aos fliperamas, não era necessário um enredo tão forte para atrair atenção. Isso porque a variedade não era tão grande e o tema de viagem para outros mundos estava em alta, com os primeiros pousos da lua e a corrida espacial acontecendo naquelas décadas.

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Entretanto, para 2024, a empresa precisou trabalhar melhor no contexto, ao mesmo tempo que respeitava as origens do game. E nessa missão, Lunar Lander Beyond teve sucesso, uma vez que traz a nostalgia necessária para o projeto, enquanto o atualiza para o momento atual.

Trabalho visual é deleite

O gênero de jogos lunar lander se baseiam em controlar naves espaciais por aceleração e frenagem. Quando surgiu, este nicho trazia uma história superficial como desculpa para que os gamers da época sentissem que eram pilotos espaciais, uma vez que estes jogos eram desafiadores.

Para Lunar Lander Beyond, a Atari confiou na Dreams Uncorporated, desenvolvedora vizinha do Brasil, na Colômbia. E para atrair uma nova leva de jogadores, o título implementa uma história mais detalhada que é apresentada aos usuários mediante belíssimas animações feitas a mão.

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No jogo, você se tornará um piloto da Corporação Pegasus e terá como missões buscar e entregar cargas por diferentes planetas. Na história de Lunar Lander Beyond, os moradores da Terra tiveram que se espalhar por diferentes planetas para sobreviver após o nosso planeta ser destruído.

Dessa forma, o jogo mescla cenas de animação, com missões que possuem uma narração aqui e ali para nos contextualizar de como a humanidade chegou àquele estado. Além disso, os gráficos durante as missões também estão muito bem atualizados. O jogo é bonito e sempre mantém a identidade de um jogo arcade.

Lunar Lander Beyond traz gameplay atualizada e variada

Lunar Lander Beyond tem jogabilidade variada e desafiadora
Foto: Atari / Divulgação

Se no jogo original, a nossa missão era simplesmente pousar a nave sem destruí-la no processo, aqui as coisas ganham pinceladas que diversificam a jogabillidade. Como um dos capitães da Corporação Pegasus, você poderá ter diversos pilotos e naves para customizar.

À medida que você progride, novos personagens e novos veículos são liberados. Cada um deles possui diferentes habilidades e customizações, que ajudam a facilitar as diferentes missões que a sua equipe terá que realizar.

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Neste contexto, o jogo apresenta uma caminhada nas missões disponibilizadas. Inicialmente, você realizará apenas missões de transporte e de resgate. Entretanto, com o desenvolver da narrativa, até mesmo batalhas de chefe serão colocadas no caminho.

E um dos acertos de Lunar Lander Beyond é a possibilidade de revisitar as missões realizadas. Cada uma delas possui alguns elementos que ranqueia o desempenho dos jogadores. Dessa forma, o game adiciona um bom fator de replay, uma vez que você pode melhorar seu desempenho à medida que libera novos veículos, ou customiza os antigos.

Jogo pune estresse e falta de paciência

Lunar Lander Beyond tem medidor de estresse
Foto: Atari / Divulgação

Apesar de ser esperado isso de qualquer jogo, Lunar Lander Beyond também acerta na gamificação de elementos externos. A jogabilidade do título consiste em acertar a movimentação enquanto controla a aceleração da sua nave. Entretanto, isso pode gerar estresses ao jogador, que irá errar e ser obrigado a recomeçar a missão.

Porém, à medida que o game se desenvolve, estes elementos entram de forma interna. Você terá até mesmo um medidor de estresse que aumenta de acordo com p seu desempenho na missão. E isso influencia durante as tarefas, com elementos de alucinação, mas até mesmo após elas. Se o seu piloto se desgastou, ele precisa se recuperar antes de encarar novas jornadas.

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Além de ajudar a manter um nível de desafio no alto, estas características de Lunar Lander Beyond também forçam o jogador a experimentar outros personagens, naves e afins. Este é um dos grandes acertos de Lunar Lander Beyond, mas também reflete na parte que mais erra: a narrativa.

Narrativa parece desencaixada

Como destaquei no início do texto, o jogo original não se preocupava com nenhum fio narrativo e apresentava uma jogabilidade fácil e direta ao ponto. Em Lunar Lander Beyond, a jogabilidade segue fácil de entender, ainda que com a adição de diversos elementos.

Entretanto, a narrativa, ainda que executada de forma visual bonita, peca em se mesclar de forma mais orgânica ao jogo. Os personagens possuem um passado interessante, como um médico viciado em remédios, ou um revolucionário que tem diversos dos seus valores postos à prova. Porém, isso se mostra pouco explorado no desenrolar da história e algumas das missões parecem soltas.

Enquanto você joga, o desafio e diversão serão presentes, mas a maioria das inserções narrativas parecem desencaixadas com o restante. O sentimento que fica em diversos momentos é o de “isso está muito bonito, mas está muito solto”.

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Lunar Lander Beyond - Nota 8
Foto: Game On / Divulgação

Ainda assim, Lunar Lander Beyond se mostra um grande acerto da Atari em sua tentativa de trazer nostalgia com o renascimento de títulos consagrados. Você vai passar raiva com o jogo, mas completar as missões e melhorar seu tempo, pontuação e afins realmente dá uma sensação gostosa de conquista.

Lunar Lander Beyond chega em 23 de maio para PC, PlayStation 5, PlayStation 4, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S.

*Esta análise foi feita em um PlayStation 5 com uma cópia gentilmente cedida pela Atari.

Fonte: Game On
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