O hiato de anos sem vencedores na Volta da França deve aumentar um pouco mais nesta quarta-feira. Campeão e vice em 1998, o italiano Marco Pantani e o alemão Jan Ullrich competiram dopados pela substância eritropoietina (EPO, um hormônio para aumentar a produção de glóbulos vermelhos no sangue), consta um relatório de uma comissão parlamentar do Senado francês sobre a eficácia do combate ao dopin, divulgado nesta manhã.
As conclusões foram baseadas em comparações realizadas entre exames de 2004 e das edições de 1998 e 1999 da tradicional prova. Além deles, os franceses Laurent Jalabert, Jacky Durand e Laurent Desbiens também testaram positivo para EPO.
Um dos principais ciclistas dos anos 90, Marco Pantani viveu o maior momento da carreira em 1998, ano em que venceu a Volta da França e o Giro da Itália. Entretanto, o italiano entrou em declínio na temporada seguinte, quando exame de sangue revelou alta taxa de glóbulos vermelhos em seu sangue, indicativo de que utilizaria EPO.
Fora das competições naquele ano, voltou em 2000 sem apresentar o mesmo desempenho da década anterior. Após internar-se em clínica especializada em combater depressão em 2003, Pantani foi encontrado morto em quarto de hotel em 14 de fevereiro do ano seguinte. A autópsia mostrou que ele teve overdose de cocaína.
Já Jan Ullrich venceu a Volta da França em 1997 e foi o segundo colocado nos anos de 1996, 1998, 2000, 2001 e 2003. Em junho de 2012, o alemão confessou que havia se dopado em transfusões de sangue durante a carreira, mas não confirmou a utilização de EPO. Seu título continua válido.
Caso siga o procedimento que adotou com os atletas que testaram positivamente para doping, a organização da Volta da França deve retirar o título de Pantani e o vice de Ullrich de seu histórico. Como o heptacampeonato conquistado por Lance Armstrong entre 1999 e 2005 também é inválido, o hiato de títulos aumentaria para oito anos consecutivos.
