Uma competição 'rica’ em época de vacas magras

7 jul 2015 - 11h20

No ano passado, o Comitê Olímpico Internacional (COI) lançou a Agenda 2020, um conjunto de ações que, entre outras coisas, pretende promover grandes eventos esportivos de forma mais barata e sustentável. No entanto, tais propostas chegaram tarde demais ao Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, que devem realizar o Pan mais caro da história.

cidade de Toronto
cidade de Toronto
Foto: Divulgação

Segundo o comitê, a competição terá um custo total de 1,4 bilhão de dólares canadenses (aproximadamente R$ 3,6 bilhão), para custear a construção de arenas e também para bancar a operação dos Jogos, como logística, transporte, cerimônias e equipamentos de tecnologia.

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No entanto, tal soma não leva em conta a grandiosa Vila Pan-Americana, que abrigará os atletas. A obra, bancada pelo governo da Província de Ontário (da qual Toronto é a capital), custou estratosféricos 709 milhões de dólares canadenses. Algo em torno de R$ 1,7 bilhão.

Assim, Toronto está às vésperas de promover o Pan mais caro desde sua primeira edição, em 1951. Com a soma, os Jogos sobem para 2,1 milhões de dólares canadenses. No entanto, veículos da imprensa especializada em economia, como o “Financial Post”, jogam a soma ainda mais para cima: 2,5 bilhões de dólares canadenses, cerca de R$ 6,2 bilhões.

O recorde de gastança, até então, pertence ao Pan do Rio de Janeiro, em 2007. A conta do evento foi estimada em R$ 3,7 bilhões, após sucessivos aumentos no orçamento. Como comparativo, a última edição dos Jogos, em Guadalajara-2011, foi realizada com o valor de US$ 1,3 bilhão (aproximadamente R$ 2,7 bi) em números extraoficiais.

Com altos custos, veio também o temor de que novas arenas erguidas tornem-se elefantes brancos. A construção mais cara para a competição foi o Centro Aquático. Foram necessários 250 milhões de dólares canadenses (R$ 623 milhões) para o complexo. O orçamento para arenas é de 672 milhões de dólares canadenses (R$ 1,6 bilhão).

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Para piorar, o investimento não resultou em interesse de fãs e arrecadação maciça de ingressos. Até maio, apenas 400 mil entradas haviam sido vendidas de um total de 1,4 milhão. Ainda há bilhetes disponíveis para diversas modalidades.

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