O frio é um dos principais adversários dos velejadores que disputam a sétima etapa da Volvo Ocean Race, regata que tem como destino Itajaí, no Brasil. Passando pelos mares do sul, as sete equipes que disputam a Volta ao Mundo precisam lidar com muitos fatores, incluindo as temperaturas baixas, durante quase todo os 7.600 milhas náuticas de percurso.
A brasileira Martine Grael, integrante do team AkzoNobel, relatou, nesta segunda-feira, que a navegação ocorre com neve. Os barcos estão beirando o limite de gelo, que a organização impôs para evitar contatos com icebergs.
- Nós estamos aqui se aproximando do Cabo Horn. As condições estão ficando cada vez mais extremas. Nós tivemos neve, pelo lado de fora. Várias tempestades de chuvas, então vento aumenta e nós temos que nos preparar, e cada um faz mais uma função. Com isso, fica até mais fácil de entreter. Realmente, estamos enfrentando ventos muito fortes e tem que se preparar para não quebrar o barco, pois precisamos seguir depois do Cabo Horn - disse a atleta.
A campeã olímpica teve uma pequena lesão após bater o cóccix durante a velejada. Mas nada sério. O team AkzoNobel ocupa a sexta colocação por enquanto, mais de 60 milhas náuticas atrás do líder Team Brunel.
- Como brasileira, eu nunca vou conseguir me acostumar com esse frio. Está frio demais. Minha mão está congelada. No frio é mais difícil de lidar com lesão, então tudo está mais doloroso. Mas, hoje foi um dia incrível lá fora, com o sol. Nos outros dias estava chovendo - disse Martine Grael.
Faltam menos de 1.400 milhas para chegar ao lendário Cabo Horn, que dará um ponto de bônus para quem o contornar primeiro. Os ventos estão acima de 40 nós, com ondas cada vez maiores e até neve, como citado acima pela campeã olímpica.
E assim continuará a ser pelas próximas 24 horas antes de uma nova pausa. Mas, à medida que os barcos se aproximam do Horn, as condições irão se deteriorar significativamente novamente, com previsão de ventos ainda mais fortes e ondas enormes.
O Team Brunel continua a liderar sob a batuta dos veteranos Bouwe Bekking e Andrew Cape, que já passaram pelo Cabo Horn algumas vezes.
- As pessoas mais jovens ajudam a tornar o barco mais rápido, mas nunca sofreram um sério revés e não queremos que experimentem isso. As coisas podem piorar rapidamente aqui. Em apenas um piscar de olhos, 30 nós podem se tornar mais de 40, e então qualquer coisa pode acontecer - disse Bouwe Bekking.