Emocionado ,Diego afirma: 'Para ser inspiração, temos de estar de pé'

Camisa 10 do Flamengo concedeu entrevista coletiva no primeiro treino aberto à imprensa após o incêndio no Ninho do Urubu, que deixou 10 vítimas fatais

12 fev 2019 - 09h56
(atualizado às 12h28)

O Flamengo, nesta terça-feira, realizou o primeiro treino com acesso à imprensa desde o incêndio que atingiu o alojamento das categorias de base, na última sexta-feira, e que teve 10 vítimas fatais. Durante a entrevista coletiva, o meia Diego, ao falar sobre a visita que fez a Cauan Emanuel, de 14 anos, um dos feridos na tragédia e que recebeu alta na última segunda-feira, não conteve a emoção e foi às lágrimas.

- Temos procurado enfrentar a situação da melhor forma possível. Não temos resposta para tudo, mas temos de, de alguma forma, seguir. Acredito que, para honrar e dignificar tudo que esses garotos viveram e os que foram abençoados por ficarem aqui. Temos de trabalhar para manter o sonho vivo dentro desses garotos, Vou completar 34 anos e estou vivendo esse sonho que muitos ali gostariam de viver. O Cauan está se recuperando bem, obviamente muito triste. Fomos visitar, peguei o telefone dele, trocamos mensagens, mandei a nossa foto e ele me mandou uma foto de comemorando um gol e disse que se inspirava em mim... (choro) Temos de seguir. Seremos inspirações e, para ser inspiração, temos de estar de pé - disse.

No incêndio no Ninho, morreram Christian Esmério, Bernardo Pisetta, Pablo Henrique, Arthur Vinícius, Vitor Isaías, Rykelmo Viana, Samuel Thomas, Athila Paixão, Gedson Santos e Jorge Eduardo. Já Francisco Dyogo, Cauan Emanuel e Jhonata Ventura ficaram feridos e foram hospitalizados.

Veja outros tópicos da coletiva:

Primeira entrevista após o ocorrido:

Durante coletiva, Diego lembrou visita que fez a Cauan Emanuel (Foto: Alexandre Vidal)
Durante coletiva, Diego lembrou visita que fez a Cauan Emanuel (Foto: Alexandre Vidal)
Foto: Lance!

- Venho aqui em respeito a todos vocês e todas as pessoas envolvidas nesta situação. E, claro, serei o mais honesto e transparente possível, como sempre fui. Nosso relacionamento com esses garotos sempre foi excelente. Eles fazem parte do nosso dia a dia. Lembro da maioria deles, já pediram para tirar foto comigo. Tenho um sobrinho que joga na no Sub-14 do Flamengo e tinha até a possibilidade de estar ali naquele alojamento. Temos uma ligação e um respeito muito grande. Em relação à estrutura, é um clube que tem procurado evoluir diariamente. Não só para o profissional, mas também para a base. Quando cheguei, usei toda essa estrutura e, a partir daí, acompanhei a evolução do clube. Mas é fato que existe essa preocupação da diretoria passada e atual de evoluir e melhorar. Fato é que é uma tragédia, a maior do clube, e quem está aqui vai carregar isso. É um momento de muita tristeza e reflexão.

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Como souberam da notícia?

- Estava entrando no carro e um funcionário ode casa me avisou. Fui me informar. Meu sobrinho treina no Sub-14 e treina pela manhã. Fui procurar saber. Foi um impacto, momento duro e difícil porque nós vivemos isso. Morei em alojamento e vivi tudo isso. Tenho amigos até hoje que viveram comigo em alojamento. Todos nós brasileiros carregamos o espírito dos garotos da base, dos sonhos, dos objetivos. E quando aconteceu, ficamos desnorteados. E esse encontro no dia seguinte foi para nos reunir, orar, entender. Para nós, como grupo, direcionar o rumo que seguir. Abel foi muito feliz nas palavras que nos trouxe naquele manhã. Treinador que não está aqui por acaso e todos sabemos que passou pelo drama que passou. Em respeito a todo acontecido, não fomos a campo.

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