Às moscas! Joia do tênis estreia no Pan para 8 torcedores

Orlando Luz, que chegou a ser número 1 do mundo no juvenil, passou com facilidade por tenista hondurenho que nunca tinha ouvido falar

10 jul 2015 - 16h51
(atualizado às 18h11)

Apontado como uma grande esperança do Brasil no tênis nos próximos anos, o gaúcho Orlando Luz teve uma estreia arrasadora, porém nada glamurosa nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015. O jovem tenista de apenas 17 anos passou em pouco mais de uma hora pelo hondurenho Alejandro Obando por 2 sets a 0, com um duplo 6/1, para um público de apenas oito pessoas na quadra cinco do Canada Tennis Court, localizado na Universidade de York, a cerca de uma hora do centro de Toronto.

Orlando Luz afirmou que desconhecia quem era seu adversário
Orlando Luz afirmou que desconhecia quem era seu adversário
Foto: Eduardo Palacio / Terra

Se contarmos que quatro dos oito torcedores de Orlandinho, como é apelidado, eram as companheiras de equipe Bia Haddad e Paula Gonçalves, além da técnica Carla Tiene e o chefe de equipe Paulo Moriguti, sobram outros quatro fãs. Todos ligados à delegação do Comitê Olímpico Brasileiro (COB): dois médicos e a nutricionista da delegação que fica alojada em York, além do judoca Tiago Camilo, que está treinando com a equipe na universidade e aproveitou para dar uma escapada nos treinamentos.

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"Meu irmão é jogador profissional de tênis, então gosto muito do esporte. Quando soube que a estreia ia ser hoje, conversei com o pessoal do COB e eles me arranjaram ingresso para ir ver os jogos dos meninos aqui", afirmou Camilo, que assim como os jornalistas que acompanhavam a partida sofreu com o sol escaldante que fez durante a manhã desta sexta. Além da pouca torcida, Orlandinho jogou na quadra 5, única sem arquibancada. 

A promesssa brasileira reconheceu que o cenário causou estranheza. "Realmente é diferente. Nos últimos jogos que fiz em Milão, Banana Bowl, Copa Gerdau no Brasil, até em Roland Garros, que é longe para caramba, tinha muita torcida para mim. Eu prefiro jogar com torcida, pessoal junto. Sempre incetiva mais. Hoje não tinha muita gente. Também o lugar é longe, espero que possa jogar nessa quadra central que é onde acontece o ATP 1000. Faz uma grande diferença, o público às vezes te levanta de uma forma que faz você crescer e é um incentivo a mais". 

O jogador disse que mesmo com a vitória tranquila perdeu um pouco de atenção na partida por conta da movimentação das pessoas em torno da quadra em que estava atuando. "Tem alguns pontos que vou devolver o saque e corre o olho para fora, quando estou vendo a equipe do Brasil e aí acaba vendo outras pessoas caminhando o tempo inteiro no vai e vem, isso confunde um pouco a cabeça, mas tem que estar 100% concentrado, porque um descuido você perde um ponto, mais um descuido perde metade do game e vai virando uma bola de neve". 

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Orlandinho reconheceu que o nervosismo da estreia também era outro obstáculo. Ainda mais contra um adversário totalmente desconhecido por ele e pela comissão técnica, já que o hondurenho que o enfrentou nem está ranqueado pela ATP.

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"Eu venci bem, mas uma estreia nunca é simples, porque ninguém quer viajar para caramba e perder logo na primeira rodada. Quero ir o mais longe possível aqui no Pan e lutar por medalha. É difícil como se impor no jogo, o que fazer para jogar. Pegar um cara desconhecido nunca é bom. Ele vem sabendo quem eu sou e entra preparado para jogar comigo e eu acabando sem saber o que fazer, que é só jogar o básico, jogando no backhand do adversário", disse. 

"Chegando aqui não conhecia muita gente. Esperei ver com quem eu ia jogar, não tinha muito sobre o cara que joguei, então ficou difícil para saber quem era e o estilo de jogo dele", completou a promessa brasileira, que avança agora para encarar o americano Dennis Novikov, cabeça-de-chave número 4. Antes disso, ele deve jogar a partida de duplas ao lado de Marcelo Zormann, onde já entram nas quartas de final. 

Mais uma vitória e uma derrota  

Além do resultado positivo de Orlandinho, o Brasil conquistou mais uma vitória na estreia do Pan. João Menezes, 18 anos, passou pelo uruguaio Ariel Behar por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/6, também em pouco mais de uma hora. Porém, nem tudo foi alegria para os brasileiros, já que o paulista Marcelo Zormann foi derrotado por Roberto Cid, da República Dominicana, em jogo bastante duro.

Marcelo Zormann foi o único brasileiro que foi derrotado na estreia do Pan
Foto: Eduardo Palacio / Terra

Zormann saiu na frente, mas foi derrotado por 2 sets a 1, com parciais de 4/6, 6/2 e 7/5. Após a partida, o companheiro de Orlando Luz nas duplas saiu bastante chateado com o revés, que durou cerca de três horas e na qual ele chegou a ter até 5/4 no terceiro set

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Fonte: Terra
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