Com a exibição de um trecho de uma apresentação em vídeo sobre a organização da próxima edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o Comitê do Rio 2016 abriu brecha nesta sexta-feira para a contestação por parte da imprensa internacional. Vai dar tempo? Vai ser tão bom quanto Londres? Quanto vai custar? Quais são as expectativas? Essas foram algumas questões respondidas por Leonardo Gryner, diretor-geral do órgão, que nega qualquer desconfiança.
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"Não tem desconfiança, o que tem é que depois desse sucesso que foi os Jogos de Londres é natural que todo mundo fique com expectativas: será que vai conseguir fazer melhor? É mais ou menos o que aconteceu depois de Pequim. Os londrinos estavam assustados: será que a gente vai conseguir fazer melhor do que os chineses fizeram? É natural", minimizou o dirigente, após coletiva no centro de imprensa do Parque Olímpico.
Sentado ao lado de Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Leonardo tomou o cuidado de não criticar a organização britânica. Não respondeu, por exemplo, o trecho da pergunta de um jornalista angolano sobre possíveis erros no evento e como melhorá-los para 2016. Também foi só elogios quando um britânico citou que "Londres obviamente elevou os parâmetros para a Paralimpíada".
"Nosso objetivo é alcançar Londres, que aumentou muito a expectativa. Mas o nosso compromisso é dar o melhor para melhorar e promover o movimento paralímpico. Estamos tentando ir além para poder alcançar e inclusive superar Londres", disse, citando também que o sucesso dos Jogos de 2012 já fez aumentar muito o interesse de patrocinadores e corporações midiáticas no evento. Segundo Leonardo Gryner, a imagem do Rio perante o mundo não é uma preocupação.
"A gente vai estar muito bem porque temos vantagem no campo das construções, por exemplo. As instalações mais complicadas já foram feitas para o Pan-Americano de 2007", disse o dirigente, exaltando o cronogramas de obras mais "folgado". Na área de infraestrutura as previsões também são boas, avisou: parte dos projetos já está sendo entregue. "Essa confiança vai vir naturalmente a medida que as pessoas vão testemunhando essas entregas", afirmou.
Pelo menos nesta sexta-feira, o Comitê Organizador do Rio 2016 pareceu convencer os jornalistas estrangeiros que acompanharam a coletiva. "Não há preocupação com a imagem do Brasil. A expectativa em relação aos organizadores é a mesma que havia para Londres. Todos os Jogos passam por isso porque é um projeto complexo, e as pessoas ficam pensando: vai dar tempo de fazer tudo isso que vocês estão falando que vão fazer?", disse Leonardo Gryner, com segurança: "vai dar tempo, com certeza".
- Danilo Vital
- Direto de Londres
