Rafael Borré, que desembarcou em Porto Alegre em 2024 cercado de expectativas, vive seu momento mais delicado com a camisa do Internacional. Após o empate com o Santos no Beira-Rio, o colombiano se tornou o principal alvo das críticas da torcida, reflexo de uma temporada marcada por baixo rendimento e desempenho irregular.
Investimento milionário contrasta com rendimento de 2025
A chegada de Borré foi cercada de euforia. Recebido com festa no aeroporto e tratado como reforço de impacto pela gestão de Alessandro Barcellos, o atacante custou R$ 33 milhões — cifra que o colocou entre as maiores contratações da história do clube.
Em 2024, seus números justificavam o entusiasmo: foram 11 gols e cinco assistências em 29 partidas, desempenho que o transformou em peça central da equipe. No entanto, a temporada seguinte alterou o cenário. Em 45 jogos no ano, Borré balançou as redes apenas oito vezes e reduziu a participação em jogadas decisivas.
Queda técnica e perda de espaço no time
A oscilação ficou evidente logo após o título do Gauchão. A partir daí, sob comando de Roger Machado, o atacante começou a perder espaço, e sua presença entre os titulares deixou de ser constante.
Embora tenha marcado um gol crucial contra o Bahia, garantindo a liderança do grupo na Libertadores, os longos períodos sem marcar e a falta de regularidade reforçaram a cobrança da torcida. Nos 12 jogos seguintes à fase de grupos, por exemplo, o colombiano marcou só duas vezes.
Atuações frustrantes em jogos decisivos
A pressão aumentou depois das quedas em mata-mata. Nas oitavas da Copa do Brasil, Borré desperdiçou chances importantes diante do Fluminense, irritando torcedores e analistas. O roteiro se repetiu na Libertadores, quando teve oportunidades claras nos confrontos contra o Flamengo — inclusive acertando a trave em um lance que poderia ter mudado o rumo da classificação.
Tentativas de recuperação com a nova comissão técnica
A chegada de Ramón e Emiliano Díaz trouxe novo fôlego ao atacante. Admiradores do estilo de um centroavante mais clássico, os argentinos apostaram na recuperação de Borré e lhe deram nova chance na reta final do campeonato.
Mesmo assim, a resposta não veio na intensidade esperada. O último gol foi marcado no dia 19 de outubro, contra o Sport. Desde então, já são oito partidas sem marcar.
Atuação contra o Santos mantém pressão da torcida
Diante do Santos, Borré até participou do jogo, com duas finalizações certas e o passe para o gol de Alan Patrick. Porém, mais uma vez deixou o campo sob vaias, substituído logo após o empate marcado por Barreal. Apesar do clima hostil, recebeu respaldo da comissão técnica, que mantém confiança em sua retomada.
Apresentado como candidato a protagonista, Borré termina o ano como um dos principais símbolos da frustração colorada. A próxima oportunidade para virar o cenário será na sexta-feira (28), quando o Inter enfrenta o Vasco, às 19h, em São Januário.