Presidente interino da Fifa foi advertido pelo COI por participar no caso ISL

8 out 2015 - 10h53

O camaronês Issa Hayatou, presidente interino da Fifa após a suspensão imposta nesta quinta-feira ao suíço Joseph Blatter, recebeu uma advertência do Comitê Olímpico Internacional (COI) em dezembro de 2011 por uma violação ética relacionada ao caso ISL.

Seguindo uma recomendação de seu Comitê de Ética, o COI considerou oportuno advertir Hayatou por "ter recebido pessoalmente dinheiro" da empresa ISL, agência de marketing da Fifa.

Publicidade

A ISL administrou a venda dos direitos audiovisuais das competições da Fifa até 2011, quando declarou falência. As irregularidades em torno das operações da companhia foram investigadas pela Suíça, mas o caso foi encerrado em 2008 sem que nenhum dirigente da entidade máxima do futebol fosse condenado.

No entanto, a própria Fifa foi obrigada a fazer uma investigação interna depois de a emissora britânica "BBC" ter divulgado um documento confidencial da ISL que incluía uma lista de 175 pagamentos que somavam 76 milhões de euros.

O dinheiro teria sido recebido por vários membros do Comitê Executivo da Fifa, entre eles Hayatou e o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira.

O COI não tomou uma medida mais extrema que a advertência (sem efeitos quanto à permanência ou às funções do punido no órgão) contra Hayatou porque, explicou, no momento do caso ele ainda não era membro da entidade. No entanto, ressaltou que, como representante da Fifa, ele "deveria ter seguido os princípios do Movimento Olímpico".

Publicidade

O presidente interino da Fifa, de 69 anos, entrou no COI em 2011. Além de um passado como atleta e jogador de futebol e basquete, ele foi secretário-geral, vice-presidente e presidente da Federação de Futebol de Camarões antes de ser eleito para comandar a Confederação Africana de Futebol (CAF), em 1987.

Quando o COI puniu Hayatou, o então presidente da entidade, o belga Jacques Rogge, disse que estava "triste" por adotar medidas disciplinares contra "colegas e amigos", mas que devia pensar primeiro na organização que ele comandava.

Hayatou foi o único rival de Blatter nas eleições à presidência da Fifa realizadas em 2002, a segunda vencida pelo dirigente suíço.

Outro que esteve envolvido no caso ISL e também era membro do COI foi João Havelange, ex-presidente da Fifa. O dirigente brasileiro renunciou ao cargo no Comitê Executivo do COI e acabou não sendo punido pela entidade.

  
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se