A crise financeira no Botafogo, que já atingiu níveis impensáveis, pode ter novos capítulos na quinta-feira, que será o 'Dia D' para o futuro do clube.
Neste dia, será completado o terceiro mês de atrasos de salários na Carteira de Trabalho dos jogadores, além de seis meses de direito de imagem atrasados. O fato possibilita que os atletas peçam liberação na Justiça para assinar com outros clubes.
Representantes de jogadores alvinegros, que antes rechaçavam esta hipótese, agora já veem nela um meio de darem um novo rumo à vida dos atletas. Dentro do elenco, o fato de muitos já terem completado sete partidas pelo clube no Campeonato Brasileiro - o que os impede de se transferirem para outro clube da Série A -, é visto como o principal dificultador para possíveis saídas.
No mesmo dia, o departamento jurídico do Botafogo espera voltar ao Ato Trabalhista. A expectativa no clube é que com o acordo, que evita penhoras na Justiça, o time carioca passe a ter condições de pagar os salários atrasados dos seus atletas.
O problema é que o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) decidiu excluir o clube do acordo em julho do ano passado. A decisão foi baseada na constatação de ocultação de receitas da Companhia Botafogo. Dois meses depois, o clube voltou ao acordo. O Ato, porém, expirou em dezembro. Desde então, o alvinegro sofre com muitas penhoras. A situação se agravou com as dívidas com a União. Sem condições de pagar os credores, o clube sofre com 100% das receitas penhoradas.
Por fim, a quinta agitada terminará em General Severiano, já que o Conselho Deliberativo do Botafogo fará uma reunião extraordinária. O motivo do encontro é a grave crise financeira que assola o clube. A oposição pede que os conselheiros interfiram e tirem Mauricio Assumpção do poder. Para eles, o clube dificilmente volta ao Ato Trabalhista enquanto o mandatário estiver no comando, devido à ocultação de receitas da Companhia Botafogo.