A África espera, na primeira Copa do Mundo que se realiza no continente, passar pela primeira vez das quartas de final, o mais longe a que chegou até agora com os Camarões em 1990 e o Senegal em 2002.
Em 27 de maio de 1934, no Partenopeo de Nápoles, na segunda edição da Copa, a África estreava nas oitavas, mas com a derrota do Egito por 4 a 2 para a Hungria. O país, que então era protetorado britânico, chegou a empatar por 2 a 2 antes de cair.
Quarenta anos depois, na Alemanha, em 1974, a África voltou a marcar presença em uma Copa do Mundo, desta vez graças ao Zaire, atual República Democrática do Congo. Não houve sucesso, no entanto, porque a seleção não marcou nenhum ponto e ainda por cima levou 14 gols em três jogos.
A sorte mudou quatro anos depois, quando a Tunísia foi responsável pela primeira vitória de uma seleção africana em uma Copa, com um 3 a 1 sobre o México, depois de um gol contra. Os africanos chegaram a empatar sem gols com a Alemanha Ocidental, mas não passaram da fase inicial.
O progresso da África continuou no Mundial seguinte. A Argélia, na Espanha, fez 2 a 1 na Alemanha Ocidental. O líder dos argelinos, naquela altura, em 1982, era Rabah Madjer.
Os argelinos chegaram a bater o Chile, por 3 a 2, mas caíram diante da Áustria por 2 a 0. Um suposto acerto entre esta última seleção e a Alemanha deixou a Argélia fora do Mundial, já uma simples vitória de 1 a 0 dos europeus seria o suficiente para os dois países se classificarem.
Nesse mesmo mundial, Camarões do goleiro Thomas Nkono, terminou a primeira fase com três empates, com Peru, Polônia e Itália, mas não passou daí, por ter saldo de gols menor que os italianos, que no fim das contas acabaram com o título.
No Mundial seguinte, no México em 1986, o Marrocos conseguiu fazer uma equipe africana passar da primeira fase, o que por pouco Camarões e Argélia não haviam conseguido.
Os marroquinos do goleiro Ezaki Badou empataram sem gols com Polônia e Inglaterra e fizeram 3 a 1 em Portugal, mas depois caíram nas oitavas diante da Alemanha, com um único gol, de Lothar Matthaus, aos 42min do segundo tempo.
O mais importante jogo para a África em uma Copa foi na Itália de 1990; Camarões a sete minutos da final ganhavam de 2 a 1, mas perderam de 3 a 2 para a Inglaterra na prorrogação.
Antes o time de Roger Milla havia feito 1 a 0 na Argentina e chegado à ponta do grupo, além de eliminar os colombianos nas oitavas de final por 2 a 1.
No Mundial que os Estados Unidos sediaram em 1994, a Nigéria caiu nas oitavas diante da Itália, que ganhou por 2 a 1. A seleção esteve perto de passar de fase, já que ganhavam por 1 a 0 até os 43min do segundo tempo, mas deixou Roberto Baggio empatar. O algoz viria a marcar mais uma vez, na prorrogação.
Na França, na Copa seguinte, a Nigéria foi a única seleção africana a passar da fase inicial, depois de surpreendentemente fazer 3 a 2 na Espanha na fase de grupos, para depois deixar a luta pelo título com um 4 a 1 da Dinamarca.
Na Copa de 2002, que se dividiu entre Coreia do Sul e Japão, o Senegal, exatamente como Camarões haviam feito com a Argentina em 1990, venceram a França por 1 a 0 na partida de estreia. A seleção africana tinha um treinador francês, Bruno Metsu, e quase todos os atletas jogavam para o futebol europeu.
O Senegal, assim como Camarões, também chegou às quartas, mas perdeu para a Turquia com um gol de ouro.
Na Alemanha de 2006 houve a estreia de Gana, que passou da fase inicial com 2 a 1 sobre os Estados Unidos e 2 a 0 sobre a República Tcheca, para depois levar 3 a 0 do Brasil nas oitavas.
Em 2010, a África entra em campo com Costa do Marfim, Gana, Camarões, Nigéria e Argélia, porém agora com menos esperanças, já que Didier Drogba, uma das estrela da competição, tem chances de ficar de fora do Mundial por causa de uma fratura no antebraço.