Contratado a peso de ouro e diamante pelo Flamengo, Arrascaeta viveu dias tensos e constrangedores logo em seu início de jornada no clube. Foi dele um erro infantil numa saída de bola em partida disputada em fevereiro, contra o Fluminense, que resultou no gol da classificação do adversário à final do primeiro turno (Taça Guanabara) do Campeonato Carioca. Aquela derrota do Rubro-Negro atingiu em cheio o jogador e a torcida. Mas era recuperável.
Agora, a bola da vez passou a ser o outro responsável pela criação das jogadas do time: o meia Diego, autor de uma cobrança de pênalti muito polêmica na decisão com o Athetico-PR visando a uma vaga à semifinal da Copa do Brasil, na noite de quarta (17), no Maracanã.
Ao contrário do Carioca, em que havia ainda um segundo turno e uma nova chance para o Flamengo ser campeão, o que se concretizaria pouco depois, a Copa do Brasil de 2019 acabou de vez para o time. Não é difícil desvendar quem tem sido apontado pelos torcedores como vilão dessa nova história.
Diego abria as cobranças de pênaltis após empate no tempo normal por 1 a 1. Escolhido pelo técnico Jorge Jesus como o personagem que devia botar o Flamengo na frente do marcador e transmitir assim confiança ao grupo, Diego poderia errar, escorregar, como ocorreu em seguida com Vitinho, chutar a bola no travessão, obrigar o goleiro Santos, do Athletico-PR, a fazer uma defesa difícil. Havia várias possibilidades. Mas ele preferiu uma cobrança atípica, na qual tentou iludir seu oponente com um leve toque na bola, a meia altura.
A defesa tranquila de Santos deixou no ar a pergunta: Diego teria apenas cometido um erro, natural em todas as atividades humanas, ou pecado por excesso de autoconfiança, por soberba?
Basta passar os olhos rapidamente pelas redes sociais e a resposta estará estampada. São incontáveis os flamenguistas que diferenciam aquele erro de Arrascaeta com o que se deu com Diego desta vez. Pouco importa que Vitinho e Everton tenham também desperdiçado suas cobranças, o que facilitou a vida do Athletico.