Candinho é apresentado e pede para a Portuguesa esquecer o que passou
19 abr2012 - 14h09
(atualizado às 14h59)
Novo gerente de futebol da Portuguesa, Candinho foi apresentado oficialmente ao elenco e comissão técnica na manhã desta quinta-feira. Em meio à crise que o time rubro-verde, rebaixado à Série A2 do Campeonato Paulista, vive, o dirigente avisou: é preciso esquecer o que aconteceu no Estadual.
"Temos que esquecer o que já passou. Grandes equipes do futebol brasileiro também já viveram isso e deram a volta por cima, inclusive a Portuguesa. Temos que levantar a cabeça, trabalhar e recuperar a confiança", avisou Candinho, em entrevista ao site oficial do clube, nesta quinta-feira.
"Nós temos a Copa do Brasil para disputar e logo depois o início do Brasileiro. Vou conversar com a comissão técnica e ver o que eles estão precisando. Chego ao clube para ajudar, dar um respaldo maior à diretoria, comissão técnica e jogadores", acrescentou.
Durante o evento, estiveram no Centro de Treinamento do clube o presidente Manuel da Lupa, além dos vice-presidentes Luiz Lucas, Luis Iaúca e o diretor de futebol André Heleno. Com discurso apaziguador, Candinho fez elogios ao trabalho de Jorginho, que teve confirmada sua permanência para a disputa do Brasileiro no início da semana.
O ex-treinador revelou que este será seu primeiro trabalho como gerente de futebol. Em meio à disputa da Copa do Brasil - a Portuguesa enfrentará o vencedor do confronto entre Remo e Bahia, que definem a vaga para as oitavas de final nesta quinta, Candinho disse que só pensará em reforços após uma conversa com Jorginho. "Ainda é tudo muito cedo."
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Após conquistar o título da Série B do Campeonato Brasileiro e ser apelidada de "Barcelusa" pelo estilo de jogo fluido e de muitos gols, a Portuguesa foi a grande surpresa do Campeonato Paulista de 2012. Mas de forma negativa: em vez de incomodar os grandes e brigar pelas primeiras posições, terminou na 17ª colocação e amargou o rebaixamento para a Série A2. Confira os "sete erros" que levaram a equipe do Canindé à segunda queda no Estadual em apenas seis anos
Foto: Fernando Borges
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1. Pressão acima do normalA campanha espetacular na Série B de 2011 causou indiretamente um "problema" para a Portuguesa: a pressão fora do normal por ótimos resultados e um bom futebol no ano seguinte, a começar pelo Campeonato Paulista. Nas previsões para o Estadual, a expectativa era de uma ótima participação, ameaçando tirar um dos quatro grandes das semifinais. Quando os primeiros resultados não apareceram, o time não conseguiu mais se recuperar psicologicamente
Foto: Fernando Borges
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2. Saída dos "pilares"Apesar de a equipe ter mantido parte da base da Série B, a saída de dois atletas bastou para desmantelar o estilo de jogo montado por Jorginho. Marco Antônio, que foi para o Grêmio, era o homem que qualificava a saída de bola e municiava os atacantes pelas pontas; e Edno, negociado com o Tigres (MEX), era o centroavante móvel, que saía da área para tabelar e abria espaços. Sem reforços com as mesmas características, o time teve que se reinventar
Foto: Ricardo Matsukawa
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3. Contratações fracassadasFalando em reforços, a diretoria errou nas contratações. Vieram apostas que não renderam (Wilson Júnior, Rafael Oliveira e Maylson) e jogadores longe do melhor momento físico (Gustavo, Michael e Diego Souza). No ataque, os mais experientes Rodriguinho e Vandinho não agradaram a Jorginho. E os contratados para as "vagas" de Marco Antônio e Edno foram Léo Silva e Ricardo Jesus, com características totalmente diferentes de seus predecessores
Foto: Fernando Borges
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4. Falta de sequênciaCom a equipe em reformulação e Jorginho testando os reforços no time titular, foi muito difícil que a Portuguesa repetisse uma escalação. A cada partida, ficava mais nítida a falta de padrão de jogo - enquanto o time da Série B sabia aproveitar as qualidades de cada jogador, o de 2012 pecava pelo desentrosamento. Jorginho tentou mexer para melhorar os resultados, mas as constantes alterações impediram um entendimento maior entre os atletas
Foto: Ricardo Matsukawa
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5. Jovens rendendo abaixo de 2011Com as contratações jogando mal e o time mudando a cada jogo, cabia aos jovens que se destacaram na Série B liderar a equipe. Porém, nenhum rendeu o mesmo de 2011. O volante Guilherme, 21 anos, foi a revelação da Série B com técnica, movimentação e chutes de longe; no Paulista, foi tímido, alternando boas e más partidas. Na frente, Henrique, 21 anos, e Ananias, 23, também foram irregulares e não compensaram sozinhos a falta de coesão
Foto: Edson Lopes Jr.
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6. Retrancas dos adversáriosOutro reflexo da campanha da Série B que atrapalhou a Portuguesa foi o modo como os adversários passaram a encarar os jogos: vendo o time de Jorginho como um "grande", as equipes do interior se fechavam na defesa e ficavam à espera de um erro para golpear. Funcionou muito bem: sem criatividade no meio de campo e longe de recriar o futebol envolvente, de movimentação constante, o clube sucumbiu aos rivais e somou só quatro vitórias em 19 jogos
Foto: Fernando Borges
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7. Percepção tardia do perigoA Portuguesa demorou a se voltar 100% à briga contra o rebaixamento. Com mais de metade do Estadual decorrido e o time longe do G-8, o foco ainda era chegar às quartas de final. Já nas últimas rodadas, o goleiro Weverton foi afastado porque vivia indefinição para renovar o contrato, quando a equipe corria risco de cair. Rodrigo Calaça falhou nas partidas seguintes, e Weverton já estava de volta no jogo que sacramentou a queda