Bicampeã mundial, o Uruguai se acostumou às dificuldades para se classificar para a Copa do Mundo e nesta quarta-feira, em busca por um lugar na edição de 2014 do torneio, iniciará em Amã sua quarta passagem seguida pela repescagem enfrentando a Jordânia, que sonha com uma inédita participação na competição.
Fora das Copas de 1994 e 1998, a 'Celeste' foi à edição de 2002 depois de bater a Austrália na repescagem. Quatro anos depois, ficou de fora perdendo justamente para a seleção da Oceania, e em 2010 só conseguiu ser quarta colocada na África do Sul por ter batido a Costa Rica meses antes.
Favorita a obter uma vaga para jogar em gramados brasileiros, a seleção uruguaia manterá sua aposta em um esquema ofensivo, com três atacantes.
O técnico Oscar Tabárez já confirmou a equipe titular, e os artilheiros Luis Suárez e Edinson Cavani terão a companhia de Christian Stuani, enquanto Diego Forlán, do Internacional, ficará no banco. Apesar de estar em baixa no Botafogo, o meia Nicolás Lodeiro será o principal responsável por municiar o trio.
O anúncio do time por Tabárez foi acompanhado por um alerta em relação ao adversário. "Eles estão à frente de uma possibilidade histórica, e isso os torna um adversário que merece cuidado maior", considerou.
Quem também pediu respeito à seleção asiática foi o zagueiro Diego Lugano, capitão do Uruguai. No entanto, ele lembrou que uma equipe tão tradicional quanto à 'Celeste' não pode ficar fora da Copa.
"Nada para nós (uruguaios) é fácil. Vamos encarar a partida com total responsabilidade e sabendo que o objetivo de chegar ao Mundial está mais perto. O Uruguai respeita o adversário, mas estará em campo para vencer. Pela tradição, não podemos ficar fora da Copa, principalmente por ser disputada no Brasil", destacou o defensor, que pediu atenção total ao meia Hassan Abdel Fattah.
"Ele joga muito bem, é o armador e o goleador da equipe e da Ásia. É preciso marcá-lo, por assim dizer, como Messi ou Cristiano Ronaldo", disse.
A Jordânia nunca disputou um Mundial. Chegou agora à última etapa de classificação. Para isso, foi terceira colocada em seu grupo nas Eliminatórias e derrotou o Uzbequistão nos pênaltis, após dois empates em 1 a 1.
Conhecida como 'Nashama' ("Valentes"), a seleção jordaniana é dirigida pelo egípcio Hosam Hassan, que disputou a Copa de 1990 como jogador e substituiu o iraquiano Adnan Hamad e desde então imprimiu personalidade e disciplina tática a seus comandados, que se tornaram fortes jogando em casa.
Hassan reconheceu a superioridade técnica do adversário, mas garantiu que o estudou cuidadosamente e por isso sabe de suas "fortalezas e deficiências", as quais pretende neutralizar e explorar.
O jogo de volta entre sul-americanos e asiáticos está marcado para o próximo dia 20, em Montevidéu. O gol fora de casa conta no confronto, e só haverá disputa de prorrogação em caso de empate em todos os critérios.
Prováveis escalações:.
Jordânia: Shafi; Zahran, Bani Yassen, Mohammad Ali e Al Dumeiri; Abu Hashash e Al Murjan; Samir, Fattah e Al Laham; Ibrahim. Técnico: Hosam Hasan.
Uruguai: Martín Silva; Maxi Pereira, Godín, Lugano e Cáceres; Arévalo Ríos, Cristian Rodríguez e Lodeiro; Stuani, Suárez e Cavani. Técnico: Oscar Tabárez.
Árbitro: Svein Oddvar Moen (Noruega), auxiliado por seus compatriotas Kim Haglund e Frank Andas.
Estádio Internacional de Amã.