Osmar Stábile é eleito presidente do Corinthians para continuar mandato de Augusto Melo

Escolhido em votação de conselheiros no Parque São Jorge, mandatário derrota Roque Citadini e André Castro, deixa o posto de interino e fica no poder até o final de 2026

25 ago 2025 - 21h51
(atualizado às 21h57)

Os conselheiros do Corinthians elegeram nesta segunda-feira, 25, Osmar Stábile para cumprir mandato-tampão como presidente, cargo que ocupava interinamente desde maio, quando Augusto Melo foi afastado preventivamente da presidência.

O impeachment foi confirmado no dia 9 de agosto, em assembleia de sócios que confirmou a nova eleição, na qual o agora novo presidente teve 199 votos contra 50 de Roque Citadini, figurão da política do clube, e 14 André Castro, que prometeu aporte de US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões) ao clube. Apenas membros do Conselho Deliberativo e vitalícios puderam participar da votação.

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Osmar Stábile foi eleito presidente do Corinthians para cumprir mandato-tampão.
Osmar Stábile foi eleito presidente do Corinthians para cumprir mandato-tampão.
Foto: Fábio Vieira/Estadão / Estadão

Agora oficialmente no poder, Stábile tem de continuar resolvendo os muitos problemas que já eram de sua responsabilidade. Primeiro vice eleito na chapa de Augusto Melo em 2023, o empresário do ramo da indústria metalúrgica se desvinculou rapidamente do nome do ex-aliado, réu por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado por irregularidades no contrato com a antiga patrocinadora Vai de Bet. Melo se diz inocente e vítima de um "processo ilegítimo."

Stábile tem missões imediatas para justificar a confiança depositada nele. A primeira delas é derrubar o transfer ban, punição da Fifa que impede o time de registrar novos jogadores, imposta pelo não pagamento de dívida de R$ 33 milhões ao Santos Laguna. O valor é referente à compra do zagueiro Félix Torres.

Imitação de nota feita por torcedores do Corinthians para protestar contra dirigentes.
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Torcedores organizados marcaram presença nos arredores do Parque São Jorge e reforçaram que não apoiavam nenhum dos candidatos. Em faixas estendidas no local, a principal mensagem era o pedido pela reforma no estatuto do clube.

Também foram exibidas imitações de nota de R$ 100, cujo verso mostrava o rosto de dirigentes e a mensagem: "Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão". Augusto Melo, Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves, Roberto de Andrade e Mário Gobbi era algumas das figuras que estampavam o objeto.

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Sem força política desde o impeachment, Melo viu seu grupo de apoio ruir e se dividir entre Citadini e Stábile. Já o grupo Renovação e Transparência (R&T), liderado por Andrés, continuou com força mesmo depois de o ex-presidente admitir ter usado o cartão corporativo do clube para gastos pessoais em sua última gestão - ele diz ter se confundido.

Faixa em frente ao Parque São Jorge pede reforma do estatuto do Corinthians.
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Citadini, que foi oposição de Andrés por muitos anos, conseguiu cooptar apoio de peças importantes do grupo e deu tração à candidatura. Aposentado compulsoriamente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), há cerca de duas semanas, transferiu o foco para a eleição. Na última sexta-feira, disse ao Estadão que não pensava em concorrer, mas mudou de ideia porque via o Corinthians em uma situação "quase sem saída."

André Castro, por sua vez, era o azarão da disputa. Ganhou visibilidade ao prometer um aporte de US$ 1 bilhão ao clube por meio de um banco, como disse até a coletiva de imprensa para revelar o nome do parceiro. Tratava-se de um banco de fomento mercantil, não de uma instituição financeira, mas a empresa divulgou uma nota para afirmar que teria condições de cumprir o acordo.

Do lado vencedor, apoios importantes foram conquistados para levar Stábile à presidência. É o caso dos influentes Paulo Garcia, Antônio Rachid, Miguel Marques e Fran Papaiordanou.

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Ao longo dos dias que antecederam a eleição, o então interino preferiu a discrição e trabalhar apenas nos bastidores, enquanto seus adversários foram à imprensa. No entendimento dele e de seu círculo mais próximo, a comunicação sobre o que planejava para o mandato-tampão estava implícita na forma como vinha administrando o clube.

Junto do presidente do clube, nesta segunda-feira, foi eleito o novo vice-presidente do Conselho Deliberativo, após Roberson de Medeiros renunciar por motivos pessoais. Leonardo Pantaleão venceu com 119 votos contra 75 de Peterson Ruan e 64 de Rodrigo Bittar.

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