O atacante Jamie Byatt é um dos principais personagens do filme "Vai, Corinthians", que motivou a excursão do Corinthian-Casuals ao Brasil e tem lançamento previsto ainda para 2015. Em uma cena, o goleador do time amador inglês será mostrado operando uma escavadeira em Londres. Na seguinte, dirigindo um carrinho de golfe no luxuoso CT Joaquim Grava.
"Esse contraste é lindo para o filme", sorriu Chris Watney, diretor comercial e atacante do Corinthian-Casuals, além de responsável pela produção de "Vai, Corinthians". "Jamie é um cara real. Não dizem aqui que o Corinthians é o time do povo? Jamie faz parte do povo. Ele é um operário simples e honesto, que ama o seu clube. É um jogador do povo", definiu.
Jamie se sente à vontade no meio do povo corintiano. Apelidado de "Julio Cesar" por conta de sua semelhança física com o goleiro que hoje defende o Náutico, ele é um dos mais festejados por onde o Corinthian-Casuals passa. E está sempre disposto a distribuir autógrafos e posar para fotografias.
"O apoio que os torcedores me dão é fantástico. Eu amo esse tipo de coisa. É algo que me deixa orgulhoso, que me faz querer deixar a minha alma em campo. Sou assim", comentou Jamie, que fala pouco - mas com convicção - quando está diante de microfones.
Diante de tanto carinho, o atacante pensou em uma forma de retribuir os torcedores brasileiros antes mesmo de chegar a São Paulo. Na Inglaterra, ele costuma exibir uma camiseta com o desenho de um grande distintivo do Corinthians para comemorar os seus gols.
"Mas, na nossa casa, não estamos acostumados com tantos torcedores. Na arena, no sábado, serão milhares. Isso é algo especial na minha vida. Eles já falavam de mim pela internet. Agora, então...", suspirou, pronto para ouvir o coro de "Julio Cesar" em Itaquera. "É algo engraçado, que faz eu me sentir bem-vindo. Dizem que me pareço com ele. Talvez pareça um pouquinho", aceitou.
A identificação com os torcedores fez Jamie até abrir um largo sorriso quando escutou que poderia formar uma dupla de ataque com o peruano Paolo Guerrero no futuro. Ele sabe, no entanto, que não passa de um sonho de "um cara real", como declarou Chris Watney, que logo descerá do carrinho de golfe do Corinthians para subir na escavadeira do Corinthian.
"Quando conheci Jamie, ele tinha 20 anos. Jogávamos juntos no ataque. Era um grande atleta, vindo da base do Tottenham, que foi criado dentro do Corinthian-Casuals, com o seu pai envolvido em trabalhos no clube. Ele está lá desde criança, trabalhando e correndo para todos os lados. Agora, chegou aos 33 anos. Sua carreira está no fim. Enfrentar o Corinthians aqui será uma grande maneira de parar", palpitou Chris.
O aguardado confronto com o Corinthians quase esteve ameaçado para Jamie Byatt. Ele se contundiu às vésperas do "jogo da vida" - nada suficiente, contudo, para fazer um "jogador do povo" perder a sua garra característica e ficar de chinelos à beira do campo neste fim de semana.
