Já se prepare para ouvir "Papai Lebrão, você roubou meu coração". A principal voz das finais da NBA no Brasil tem nome e sobrenome. A partir desta quarta-feira, quando Los Angeles Lakers e Miami Heat disputam o jogo 1, Rômulo Mendonça vai entrar em cena para narrar sua terceira decisão da liga norte-americana de basquete.
Com um estilo bem-humorado sem descuidar da informação, o narrador da ESPN, que tem exclusividade na série da final em TV fechada - Band também transmite -, conquistou um público cativo. Até os companheiros de transmissão são surpreendidos pelos bordões que nascem de maneira espontânea.
"As situações surgem. As jogadas acontecem e as novidades vão aparecendo", disse o narrador ao Estadão. "Sem humor a narração perde muita força. É um componente fundamental. Estamos narrando jogos e não um novo pacote econômico", diz Mendonça.
A informação, no entanto, nunca fica em segundo plano. Mineiro de Divinópolis, Rômulo Mendonça acompanha NBA desde criança e sempre ficou muito atento ao comportamento dos narradores americanos. "Sei do cuidado com informação e estatísticas que eles (americanos) têm. Tento me basear nessa característica em meio ao nosso estilo mais intenso de narrar. É uma química que está dando resultado."
O estilo de narração, que é capaz de soltar um 'Ney Latorraca' após uma grande jogada sem o menor constrangimento, foi notícia até na ESPN americana. O próprio ator fez questão de mandar uma mensagem para Rômulo Mendonça após o bordão pintar em uma transmissão.
O narrador não esconde sua satisfação por narrar NBA. "É o meu auge junto com a experiência de narrar os Jogos Olímpicos. Então, NBA é minha Copa do Mundo. Narro com muito prazer", comentou. "Narrar uma final de NBA era meu objetivo desde que entrei na ESPN. Essa agora vai ser a terceira final consecutiva."
Diferentemente das últimas temporadas, Rômulo Mendonça não vai estar in loco. A pandemia do novo coronavírus impediu seu deslocamento para Orlando. "É uma situação necessária. No momento não tem como viajar. Então é seguir em frente."
Ele acredita que terá de gritar muitas vezes "Papai LeBrão" por tudo 'que ele está jogando' e não deixa de ser irreverente ao ser perguntado sobre quem é o favorito. "Clube Atlético Mineiro e Seattle Supersonics."