Oferecimento

Volume de serviços prestados sobe 0,4% em março, aponta IBGE

Setor deve ter crescimento de 2,6% em 2024, resultado próximo ao avanço de 2,4% em 2023, segundo previsão de analistas

14 mai 2024 - 20h01

RIO - O volume de serviços prestados no País cresceu 0,4% em março ante fevereiro. Houve melhora disseminada entre as atividades investigadas, revertendo assim a queda quase generalizada vista no mês anterior. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta terça-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A gente tem observado o setor de serviços em 2023 e 2024 em nível abaixo do pico de dezembro de 2022, mas em patamares similares ao fim daquele ano de 2022?, observou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. "Os serviços seguem operando em níveis muito próximos ao ponto mais alto da sua série histórica."

Publicidade

Os serviços encerraram o primeiro trimestre do ano com expansão de 0,5% em relação ao quarto trimestre de 2023. O setor deve ter um crescimento de 2,6% no fechamento do ano de 2024, resultado próximo ao avanço de 2,4% registrado em 2023, previu a XP Investimentos. Com base nos indicadores econômicos antecedentes já divulgados, a gestora de recursos calcula que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha avançado 0,65% no primeiro trimestre deste ano ante o quarto trimestre do ano passado.

"Apesar disso, nossa projeção para o PIB de 2024 — atualmente em 2,2% — está com viés baixista, devido aos desastres naturais que assolam o estado do Rio Grande do Sul. De acordo com nossas estimativas preliminares, o impacto no (crescimento do) PIB será de cerca de -0,3 ponto porcentual em 2024?, ponderou o economista Rodolfo Margato, da XP, em comentário.

Pet shop é uma das atividades do setor de serviços, como restaurantes, cabeleireiros e outros
Pet shop é uma das atividades do setor de serviços, como restaurantes, cabeleireiros e outros
Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO / Estadão

Em março de 2024, o setor de serviços operava 12,1% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19, e apenas 1,5% abaixo do patamar recorde alcançado em dezembro de 2022.

Na passagem de fevereiro para março, quatro das cinco atividades investigadas registraram crescimento, com destaque para as contribuições positivas de informação e comunicação (4,0%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (3,8%).

Publicidade

Rodrigo Lobo, do IBGE, lembra que o subsetor de tecnologia da informação renovou o pico histórico no mês, mas também se destacaram os bons desempenhos de serviços de engenharia, de empresas de programas de fidelidade e cartões de desconto e das companhias "que atuam na administração de negócios em geral, principalmente empresas que usam seus aplicativos para vendas de bens e serviços".

Os demais avanços em março ocorreram nas atividades de transportes (0,3%) e de serviços prestados às famílias (0,6%), enquanto o segmento de outros serviços (0,0%) ficou estável.

"Olhando a PMS, foi um mês de março que surpreendeu para cima, sobretudo dos serviços que são prestados às empresas", opinou o economista Igor Cadilhac, do banco digital PicPay, para quem o prospecto para a atividade econômica no primeiro trimestre é positivo, indicando uma expansão de 0,7% no PIB do período. "O PIB deve ter uma cara mais positiva", completou Cadilhac.

Os serviços voltados às empresas têm peso muito maior na formação da taxa da PMS do que os serviços às famílias — que têm peso de apenas 8,24% na média global —, apontou Lobo, do IBGE.

Publicidade

"A capacidade de influência dos serviços prestados às famílias no volume prestado de serviços total é menor", diz ele. "O mercado de trabalho, com aumento no emprego, não vai necessariamente levar a um aumento substancial no consumo de serviços. As pessoas tendem a aumentar o consumo de itens essenciais", afirmou.

Lobo justifica que grande parte dos serviços às famílias é composta por serviços supérfluos, não sendo consumidos pelas classes mais baixas, mas sim pelas famílias de renda mais alta, cujo orçamento é mais blindado a oscilações de preços e do nível de emprego./Colaborou Daniel Tozzi Mendes

TAGS
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações