Desaprender: a habilidade que você nem sabia que precisava

11 jun 2025 - 06h24
Resumo
Desaprender é essencial na era digital para abandonar métodos ultrapassados, questionar certezas e se adaptar às rápidas mudanças do mercado, garantindo relevância profissional.
Foto: Freepik

"Desaprenda tudo que aprendeu". À primeira vista, parece mais um daqueles conselhos motivacionais que ouvimos por aí, simples demais para ser levado a sério. Mas no ritmo alucinante da transformação digital, essa frase aparentemente clichê se tornou uma questão de sobrevivência profissional real.

Estamos navegando numa era onde o que funcionava ontem vira piada hoje. A transformação digital não é apenas jargão corporativo - é um tsunami que derruba certezas consolidadas, transforma empresas sólidas em ruínas e executivos experientes em relíquias do passado. A realidade é crua: quem não conseguir desaprender rapidamente será ultrapassado por quem já fez essa limpeza mental.

Publicidade

Por que insistir no passado é suicídio profissional

Conhece aquela pessoa que responde toda sugestão com "sempre fizemos assim"? Pois é, ela acabou de assinar o próprio atestado de óbito profissional. No ambiente digital, essa mentalidade é tão eficaz quanto tentar usar máquina de escrever numa reunião via Zoom.

Agarrar-se às velhas fórmulas por pura teimosia é entregar-se à seleção natural do mercado - e ela não perdoa os desatualizados. O mercado não tem paciência com nostálgicos que confundem experiência com resistência à mudança. As empresas precisam criar culturas que celebrem a "desaprendizagem" em vez de crucificar cada tentativa de inovação. O crescimento vem do erro controlado, do risco calculado, da coragem de testar caminhos inexplorados.

Delete essa resistência, renove sua forma de pensar e faça uma faxina mental urgente. Porque insistir em métodos ultrapassados não é lealdade ao passado - é traição ao futuro.

A arte de abandonar certezas sem perder o prumo

Desaprender dói. Ninguém gosta de jogar fora conhecimentos que levou anos para construir. Parece desperdício, ingratidão com o próprio esforço. Mas a vida digital não liga para seus sentimentos - ela segue seu próprio cronômetro implacável.

Publicidade

Você, indivíduo, precisa desenvolver essa habilidade como quem treina músculo na academia. Não se apegue a técnicas só porque funcionaram bem no passado. Faça limpezas mentais periódicas, descarte métodos ultrapassados como quem organiza o guarda-roupa. Questione suas próprias certezas antes que o mercado faça isso por você. E ele fará, sem cerimônia e sem aviso prévio.

A coragem está em admitir que dominar novidades não basta se você carrega uma mochila cheia de preconceitos e métodos vencidos. Seja ágil mentalmente, corajoso emocionalmente e humilde o suficiente para reconhecer quando é hora de recomeçar.

Como fazer a revolução mental que o mercado exige

Quer sair da teoria? Questione tudo, principalmente aquilo que parece inquestionável. Errar não é falha de caráter - falha é insistir no erro por orgulho. Converse com pessoas que pensam diferente, exponha-se a opiniões contrárias e aceite o desconforto do conflito criativo.

Mantenha-se atualizado, mas lembre-se: atualização real significa descartar bagagens antigas que só atrapalham a jornada. Crie o hábito de revisar suas certezas periodicamente, como quem faz backup do computador - só que ao contrário, deletando arquivos obsoletos.

Publicidade

Desaprender é a competência mais valiosa que ninguém ensina na escola. Não se iluda: seu conhecimento atual pode virar pó amanhã. Porque se você não fizer essa limpeza voluntariamente, pode ter certeza de que o mercado fará por você - sem consulta prévia e sem direito a recurso.

(*) Danilo Parise é CEO e cofundador da Ludos Pro, plataforma de treinamentos gamificados e uma das principais edtechs da América Latina.

Homework
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações