Vendas no varejo do Brasil terminam 2019 com alta pelo 3º ano, mas perdem força

12 fev 2020 - 09h10
(atualizado às 10h55)

O varejo brasileiro terminou 2019 com crescimento pelo terceiro ano seguido, mesmo depois de as vendas arrefecerem em dezembro, interrompendo sete meses seguidos de alta.

Mulher faz compras em loja no centro de São Paulo
08/06/2018
REUTERS/Paulo Whitaker
Mulher faz compras em loja no centro de São Paulo 08/06/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O aumento das vendas no ano passado, porém, foi o mais fraco do triênio, em um reflexo da fraqueza em supermercados, principalmente nos últimos meses.

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Em dezembro, o volume de vendas no varejo caiu 0,1% na comparação com novembro, primeira queda na base mensal desde maio.

Em relação a dezembro de 2018, as vendas tiveram avanço de 2,6%, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Os resultados foram mais fracos do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,2% na comparação mensal e de 3,5% sobre um ano antes.

Com isso, as vendas varejistas encerraram 2019 com ganho de 1,8%, o ritmo mais fraco em três anos seguidos de altas --2,3% em 2018 e 2,1% em 2017.

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Apesar de ter acumulado ganhos de 6,3% nesses três anos, esse resultado não é suficiente para compensar as perdas de 10,2% vistas em 2015 e 2016, segundo o IBGE.

O varejo foi mostrando impulso ao longo de 2019, mas perdeu força no final do ano. Começou com estabilidade no primeiro trimestre e cresceu 0,2% no segundo e 1,6% no terceiro. Mas desacelerou o ritmo nos últimos três meses do ano, com alta de 1,2%.

O movimento reflete um ambiente mais propício ao consumo com inflação baixa, melhora da atividade econômica e mais pessoas no mercado de trabalho, embora o ritmo ainda deva ganhar mais força.

"O crescimento de 2019 foi localizado no segundo semestre do ano, mais particularmente no último quadrimestre, puxado por melhora no crédito, liberação do FGTS e aumento da população ocupada", explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.

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SUPERMERCADOS

O IBGE explicou que, em 2019, sete das oito atividades analisadas tiveram resultados positivos. A única queda foi apresentada por Livros, jornais, revista e papelaria, de 20,7%.

Entre as altas, o destaque foi Artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria, com ganho de 6,8% sobre 2018. Outros artigos de uso pessoal e doméstico tiveram aumento das vendas de 6,0%, enquanto Móveis e eletrodomésticos subiram 3,6%.

As vendas de Supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com importante peso sobre o bolso do consumidor, aumentaram apenas 0,4%.

"O comércio perdeu força em 2019 por conta do setor de super e hipermercados. A alta do comércio poderia ter sido maior se o desempenho (desse setor) fosse melhor", explicou a gerente do IBGE.

Em dezembro ante novembro, as quedas mais significativas aconteceram em Supermercados (-1,2%), Artigos farmacêuticos(-2,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (-1,0%). Apenas dois setores tiveram aumento nas vendas no período: Móveis e eletrodomésticos (3,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (11,6%).

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"O fim do ano foi marcado por uma pressão de alta das carnes, e muitas pessoas buscaram proteínas e produtos alternativos. Isso acaba por impactar a receita dos supermercados", completou Nunes.

No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas caíram 0,8% em dezembro na comparação com novembro, mas encerraram 2019 com aumento de 3,9%. Veículos e motos, partes e peças tiveram alta de 10% nas vendas no ano passado, enquanto as de Material de construção subiram 4,3%.

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