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Schmid, do Fed: inflação está muito alta, política monetária está onde deveria estar

14 nov 2025 - 12h22

O presidente do Federal Reserve de Kansas City, Jeffrey Schmid, disse nesta sexta-feira que suas preocupações com a inflação "muito quente" vão muito além dos efeitos restritos das tarifas, em novos comentários que sinalizaram que ele poderá discordar novamente na reunião de dezembro do Fed, caso os formuladores de política monetária optem por reduzir novamente os juros.

Presidente do Federal Reserve de Kansas City, Jeffrey Schmid
21/08/2025
REUTERS/Jim Urquhart
Presidente do Federal Reserve de Kansas City, Jeffrey Schmid 21/08/2025 REUTERS/Jim Urquhart
Foto: Reuters

Schmid foi um dos dois dissidentes na decisão do Fed de outubro de reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00%.

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Na sexta-feira, ele reiterou sua opinião de que o esfriamento observado no mercado de trabalho dos EUA se deve a mudanças estruturais que não podem ser apoiadas por taxas de juros mais baixas, e sua preocupação de que cortes nas taxas poderão prejudicar a meta de inflação de 2% do Fed.

"Essa foi a justificativa que me levou a discordar do corte das taxas na última reunião e que continua a guiar meus pensamentos na reunião de dezembro", disse Schmid em uma conferência sobre energia co-organizada pelos bancos Fed de Dallas e Kansas City em Denver, acrescentando que sua decisão na reunião será informada pelos dados coletados nas próximas semanas.

"Considero que a postura atual da política monetária é apenas modestamente restritiva, o que é mais ou menos onde eu acho que ela deveria estar."

Nas semanas que se seguiram à decisão de outubro, vários outras autoridades monetárias expressaram preocupações semelhantes sobre a inflação e a possibilidade de que a flexibilização da política monetária possa permitir a aceleração das pressões sobre os preços, mesmo que a maioria, como Schmid, diga não acreditar que as tarifas em si sejam o principal problema.

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Suas preocupações crescentes, comparadas às de outros formuladores de política monetária que acreditam que o mercado de trabalho poderá se deteriorar acentuadamente se as taxas não forem reduzidas, sugerem que a decisão na reunião de 9 e 10 de dezembro será muito disputada na mesa de formulação de políticas do Fed.

"Embora as tarifas provavelmente estejam contribuindo para o aumento dos preços, minhas preocupações são muito mais amplas do que apenas as tarifas", disse Schmid, observando a incerteza sobre quando e em que medida as empresas repassarão seus custos mais altos aos consumidores.

O Fed também não tem "espaço para ser complacente" com relação às expectativas de inflação, disse ele.

"A história tem nos mostrado que a inflação persistente pode mudar a psicologia em torno da fixação de preços, e a inflação pode se tornar arraigada", disse Schmid. "É improvável que ainda estejamos falando sobre aterrissagens suaves nessa situação."

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