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IPCA: inflação fecha dentro da meta do BC após 2 anos de estouro; veja o que esperar para este ano

Indicador fechou 2023 em 4,62%, puxado principalmente pela alta dos combustíveis; teto da meta perseguida pelo Banco Central era de 4,75%

11 jan 2024 - 09h20
(atualizado às 09h51)
Alimentação e Bebidas, grupo de maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano
Alimentação e Bebidas, grupo de maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Após dois anos de estouro, o IPCA, índice oficial de inflação do País, fechou 2023 dentro da meta perseguida pelo Banco Central. Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, 11, pelo IBGE, o índice ficou em 4,62% no ano passado, abaixo dos 5,79% de 2022. O teto da meta do BC era de 4,75%.

De acordo com o IBGE, o resultado de 2023 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que subiu 7,14% e teve o maior impacto (1,46 ponto porcentual) no índice acumulado do ano. Na sequência, diz o instituto, vieram Saúde e Cuidados Pessoais (6,58%) e Habitação (5,06%). Alimentação e Bebidas, grupo de maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano.

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Nos Transportes, segundo o instituto, o destaque é a alta da gasolina (12,09%), "subitem de maior peso entre os 377 subitens que compõem o IPCA e responsável pelo maior impacto (0,56 ponto porcentual) em 2023?. Uma outra alta importante foi das passagens aéreas, que subiram 47,24% e contribuíram com 0,32 ponto porcentual no acumulado do ano. "Os preços dos automóveis novos (2,37%) subiram em ritmo menor que no ano anterior (8,19%) e os automóveis usados (-4,80%) tiveram recuo em 2023?, diz a nota do IBGE.

No grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, a maior contribuição (com 0,43 ponto porcentual no índice total) veio dos planos de saúde, com alta de 11,52% no ano. "Em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou o teto para reajuste dos planos individuais novos (posteriores à lei nº 9.656/98) em 9,63% para o período de maio de 2023 a abril de 2024. A partir de outubro, foram incorporadas as frações referentes aos planos antigos, com vigência retroativa a partir de julho", diz o IBGE. Nesse grupo, destaca-se também a alta de 5,83% dos produtos farmacêuticos. "Em 31 de março de 2023, passou a valer o reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentos", lembra o instituto.

No grupo Habitação, a principal contribuição positiva veio da energia elétrica residencial, que subiu 9,52%. "Cabe ressaltar que vigorou, ao longo de todo o ano de 2023, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional nas faturas", diz o IBGE. Outros destaques foram a taxa de água e esgoto (10,08%), o condomínio (6,74%) e o aluguel residencial (3,21%). Por outro lado, houve queda de 6,89% no gás de botijão, segundo o instituto.

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O resultado do grupo Alimentação e Bebidas, que subiu apenas 1,03%, foi influenciado pela queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%). De acordo com o IBGE, os destaques foram óleo de soja (-28%), frango em pedaços (-10,12%) e as carnes (-9,37%). "Os preços do óleo de soja recuaram em dez dos 12 meses de 2023. Os preços das carnes e do frango em pedaços caíram de janeiro a setembro e, a partir de outubro, voltaram a registrar alta", diz o Instituto.

Resultado de dezembro

No mês passado, o IPCA ficou em 0,56%, 0,28 ponto percentual acima da taxa de novembro (0,28%). Em dezembro de 2022, a variação havia sido de 0,62%. O resultado veio acima da mediana dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam um índice de 0,49%.

De acordo com o IBGE, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em dezembro. A maior variação (1,11%) e o maior impacto (de 0,23 ponto porcentual) vieram do grupo Alimentação e Bebidas, que acelerou em relação a novembro (0,63%). A segunda maior contribuição (0,10 ponto porcentual) veio de Transportes, com alta de 0,48%. A segunda maior variação, por sua vez, foi de Artigos de Residência (0,76%), após um recuo de 0,42% em novembro. O grupo Habitação (0,34%) desacelerou ante o mês anterior (0,48%). Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Comunicação e o 0,70% de Vestuário.

O que esperar para 2024

Para este ano, a mediana das projeções feitas por analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast aponta para uma inflação de 3,9%. De 47 instituições ouvidas, 45 (96%) esperam que a inflação deste ano fique acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 3%, mas abaixo do teto, de 4,5%. Uma espera inflação acima do teto e outra projeta IPCA de 3%, alinhado ao centro do alvo.

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O Banco ABC Brasil prevê desaceleração do IPCA para 4,2% em 2024. Os principais pontos de atenção da projeção, de acordo com Amanda Noyama, economista do banco, são os reajustes estaduais das alíquotas de ICMS e o impacto do El Niño sobre os preços dos alimentos.

Anna Reis, economista-chefe da GAP Asset, projeta uma desaceleração mais intensa, a 3,51%, com viés ligeiramente de baixa. A possibilidade de um corte dos preços de gasolina em janeiro maior do que o já incorporado ao cenário, de 5%, explica a maior parte do viés. Mas alíquotas de IPVA e passagens aéreas também são pontos a serem acompanhados. "Por outro lado, temos uma pressão muito forte de alimentos que pode penalizar as projeções de curto prazo e compensar esse risco baixista", diz.

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