Chefe de comércio de Trump quer abrir China e não alterar seu sistema econômico

1 mai 2018 - 22h02

O principal negociador de comércio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que não está buscando negociar mudanças no sistema econômico chinês comandado pelo Estado durante conversas comerciais em Pequim nesta semana, mas disse que vai buscar expô-lo a maior concorrência estrangeira.

O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, disse à Câmara de Comércio dos EUA que vê as conversas com autoridades seniores chinesas na quinta-feira e sexta-feira como o início de um longo processo de aprendizado para Washington e Pequim lidarem melhor com suas diferenças comerciais.

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"Não é meu objetivo mudar o sistema chinês", disse Lighthizer. "Parece funcionar para eles... Mas eu preciso estar em uma posição onde os Estados Unidos podem lidar com isto, onde os Estados Unidos não são vítimas disto e é aí que nossa função está".

Lighthizer será parte de uma delegação do governo Trump que inclui o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, o secretário do Comércio, Wilbur Ross, o assessor de comércio e manufatura da Casa Branca, Peter Navarro, e o novo assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow.

Ross disse mais cedo nesta terça-feira que Trump está preparado para impor tarifas sobre a China se a delegação não chegar a um acordo negociado para reduzir desequilíbrios comerciais.

Falando à emissora CNBC antes de viajar à China para as conversas, Ross disse ter "alguma esperança" de que acordos podem ser alcançados para resolver as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

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Mas Ross e Navarro, que falou em Washington nesta terça-feira para executivos de siderúrgicas, disseram que qualquer decisão final será tomada por Trump.

Lighthizer minimizou a possível imposição de tarifas sobre a China em suas afirmações ao lobby comercial mais poderoso dos EUA, que se opôs a tarifas para tentar forçar mudanças nas práticas comerciais chinesas.

AMEAÇAS DE TARIFAS

Trump tem ameaçado tarifas no valor de até 150 bilhões de dólares em bens chineses para punir a China por suas exigências para joint ventures e outras políticas que o Escritório do Representante de Comércio dos EUA diz que forçam as companhias norte-americanas a entregar suas propriedades intelectuais para competidores chineses apoiados pelo Estado.

A China, que nega coagir tais transferências de tecnologia, tem ameaçado retaliação em medida igual, incluindo tarifas sobre soja e aviões dos EUA.

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Perguntado sobre quanto tempo Trump irá negociar com autoridades chinesas antes de impor tarifas, Lighthizer disse: "Vamos ver. Nossa lista de coisas que estão nos preocupando é muito longa... Vamos ver onde estamos no final de alguns dias".

Lighthizer disse que será "loucura" os EUA seguirem permitindo que companhias apoiadas pelo Estado chinês comprem companhias de tecnologia dos EUA, especialmente porque a China proíbe aquisições de tal tipo por parte de companhias norte-americanas.

Ele disse que é do interesse dos EUA encorajar a China a abrir sua economia para os EUA e outras companhias estrangeiras, não somente para aumento de vendas para consumidores chineses, mas para nutrir competição comercial na China.

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