No ‘Saia Justa’, Deborah Secco afirmou ter sido traída por todos os namorados e maridos. A flagrante desilusão com a monogamia virou marketing para o lançamento de ‘Terceira Metade’ no Globoplay.
Casais comuns (héteros, bissexuais, gays) buscam alguém para formar um trisal. Nota-se não apenas a normalização do relacionamento aberto, como também um questionamento ao casamento como instituição sagrada entre duas pessoas, segundo prega a maioria das religiões.
“Um reality show sobre o amor e suas novas formas”, anuncia Deborah logo no início do 1º episódio. “O amor livre é intenso e eu falo isso por experiência própria.”
Ainda que não produza choque, a atração tem sua porção de ousadia. Especialmente numa época com crescimento do número de divórcios no Brasil e a ruidosa reclamação sobre a dificuldade de encontrar alguém interessado em compromisso sério.
Parece ser mais fácil um casal conseguir um terceiro elemento do que um solteiro arranjar uma companhia fixa — e ter exclusividade afetiva e sexual com o parceiro.
Nem todos concordam com esse modelo flexível de relação. A atriz e humorista Vida Vlatt, por exemplo, fez uma crítica em vídeo numa rede social.
“Não se trata de ser moralista. Nunca fui santa, nem sou, nem serei, mas eu acho que a gente não pode deixar normalizar as perversões”, disse ao comentar o ‘Terceira Metade’. Ela questionou o que as crianças pensam — e o impacto na formação delas — ao ver essa propaganda do poliamor na mídia.
A exposição de trisais na TV não é novidade. Já aconteceu em várias novelas da Globo. Em ‘Quanto Mais Vida Melhor!’, Vanda (Ana Hikari) namorava dois irmãos gêmeos.
‘Avenida Brasil’ mostrou Roni (Daniel Rocha), Suelen (Isis Valverde) e Leandro (Thiago Martins) morando juntos em um relacionamento “sem culpa”, nas palavras deles.
Situação semelhante proposta em ‘Segundo Sol’, com Maura (Nanda Costa) terminando a trama nos braços de Ioan (Armando Babaioff) e Selma (Carol Fazu).
Com 10 episódios, a primeira temporada de ‘Terceira Metade’ reúne participantes jovens (entre 21 e 38 anos) e dentro dos padrões de beleza mais admirados.A renovação do reality show vai depender do interesse dos assinantes.
Serão voyeurs nesses relacionamentos moderninhos ou vão preferir a tradição monogâmica do ‘Casamento às Cegas’?
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