Em Vale Tudo, a situação de Maria de Fátima (Bella Campos) virá à tona de forma dramática e traumática após a morte de Odete Roitman (Débora Bloch). Ao alcançar a reta final da trama, a moça fará uma tentativa desesperada de se reaproximar de César (Cauã Reymond), mas será alvo de uma rejeição humilhante.
Mesmo depois de tudo o que enfrentou, Fátima vai até César arrependida ou sedenta por um novo laço entre eles, porém será solenemente desprezada. Apesar de seu esforço para reatar ou abreviar o distanciamento, ele não a recebe como ela esperava — e essa recusa ganha tons de humilhação diante das circunstâncias.
O que ela terá aprontado antes?
No enredo de Vale Tudo, Odete havia escondido um segredo: ela forjou a morte do filho, Leonardo (Guilherme Magon), mantendo-o distante e escondido de todos. Quando o caso é revelado, isso abala de modo profundo a estrutura familiar e emocional de Odete. Com essa revelação, Fátima vê uma oportunidade — ou um pretexto — para se reaproximar de César e ocupar uma posição presença mais forte.
No entanto, o roteiro se encarrega de mostrar que César, no momento decisivo, não acolherá as investidas de Fátima. Em vez disso, ele a repele frontalmente, rejeitando não apenas o contato, mas a intenção dela de retomar algo. A novela mostra que, mesmo depois da morte de Odete — que marcou um dos clímax da história — as relações entre os personagens não se revertam tão facilmente, e o desprezo de César para com Fátima simboliza essa resistência emocional.
Desse modo, a humilhação de Fátima diante de César surge não só como consequência de sua ambição e manipulações ao longo da narrativa, mas também como um golpe de desilusão: ela esperava, talvez, encontrar redenção ou reconciliação, mas acaba confrontada com o silêncio e a recusa. Esse momento reforça o tom trágico do enredo, em que as paixões conflitam com as frustrações, e onde nem todas as tomadas de poder ou de ação resultam no controle que os personagens desejam ter.