Novela das 7 da Globo, ‘Dona de Mim’ marca frequentemente média maior do que ‘Três Graças’, exibida na faixa principal, às 9.
A trama estrelada pela babá Leona (Clara Moneke) está com 21.6 pontos, o segundo melhor resultado desde 2021.
Fica atrás apenas de ‘Vai na Fé’ (23.4), protagonizada também por uma atriz negra, Sheron Menezzes (Sol).
Curiosamente, as duas produções foram criadas por Rosane Svartman, uma dramaturga branca que sempre insere a questão racial de maneira orgânica no roteiro, gerando ampla aceitação do público.
Mulheres pretas e seus desafios
Tanto Sol quanto Leona representam a mulher brasileira protetora da família. São justas, afetuosas e destemidas.
Incansáveis, elas lutam diariamente para garantir o bem-estar de quem amam. Por isso, às vezes, a questão amorosa fica em segundo plano.
No dia a dia, o racismo é tratado de maneira fluida, sem militância. Ainda assim, deixa-se evidente o mais importante: jamais baixar a cabeça aos racistas.
Correção histórica
A Globo passou a tratar seriamente a questão racial nos elencos das novelas e séries, promovendo o protagonismo negro na maioria das produções.
Por décadas, a teledramaturgia do canal restringia atores pretos a papéis coadjuvantes. Em 2018, levou um choque de realidade com as críticas ao elenco branco de ‘Segundo Sol’, trama ambientada na Bahia.
A partir dali, reviu a política de escalação. Passou a colocar negros em papéis principais ou núcleos relevantes.