Recentemente, a equipe de ‘olheiros’ do ‘Big Brother Brasil’ esteve em São Paulo, Recife, João Pessoa, Natal, Cuiabá, Porto Alegre, Goiânia e Belo Horizonte.
Os produtores buscavam diferentes perfis para participar da próxima edição do programa, prevista para estrear na terceira ou quarta semana de janeiro.
No ar desde 2002, a versão brasileira do reality show perdeu espontaneidade. Quem entra na casa já conhece os principais macetes do jogo. Certas personalidades e situações se repetem.
Mesmo assim, o ‘BBB’ ainda oferece, sem dúvida, a mais rápida ascensão ao mundo das celebridades – ou subcelebs, se o leitor preferir.
Ficar famoso na tela da Globo é o sonho dos milhões de pessoas que se inscrevem. Ainda que seja uma fama duramente criticada.
“Só há uma coisa no mundo pior do que ser alvo de rumores. É não despertar rumor algum”, escreveu Oscar Wilde ao refletir a respeito da necessidade humana de se destacar no meio da multidão.
Em seus inscritos, o poeta italiano Giacomo Leopardi vaticinou no século 19: “o meio mais eficaz para obter fama é fazer o mundo acreditar que já se é famoso”.
O ‘BBB’ faz isso: dá a fama instantânea – mas com curtíssimo prazo de validade. A maioria dos ex-‘BBBs’ desapareceu imediatamente após o fim de cada edição.
Com audiência ainda relevante, o ‘Big Brother Brasil’ proporciona a visibilidade desejada, porém, cobra um preço alto. Para começar, todo participante fica marcado com o rótulo pejorativo de ‘ex-BBB’.
Mesmo que tenha talento artístico, sempre será visto como um intruso que recorreu a um atalho para chegar ao deslumbrante mundo da TV.
E sua imagem estará associada à futilidade inerente ao formato do reality show. A sociedade ama desprezar quem se destaca de maneira fácil na mídia.
Tão inebriante quanto a ascensão ao sucesso imediato é a frustração da queda ao ostracismo.
O público, que desempenha papel de cúmplice e juiz nesse formato, parece sentir prazer sádico em aplaudir e logo depois desprezar os ídolos efêmeros do mais controverso reality show da TV.
Nenhum ônus parece ser suficientemente negativo para quem quer dar a cara a tapa diante das câmeras da casa mais vigiada do Brasil.