A versão de ‘Pantanal’ na Globo é bem-comportada. As sequências de sexo são gravadas e editadas com o máximo cuidado para não mostrar demais.
Já a novela original, exibida na TV Manchete em 1990, era um festival de seios e bumbuns à mostra. O canal fez da nudez um ingrediente quase obrigatório em sua teledramaturgia.
Duas atrizes da primeira ‘Pantanal’ sentiram constrangimento quando foram obrigadas a se despir diante das câmeras. Elas não concordavam com a nudez sem contexto na trama.
Funcionária da Manchete, Nani Venâncio, então com 21 anos, foi escalada para gravar a abertura do folhetim. O combinado era usar um tapa-sexo e não ter o corpo superexposto.
Na hora H, o diretor a pressionou para tirar a proteção na região do púbis. Com medo de perder o emprego, ela aceitou. “Disseram que só ia aparecer a lateral do meu corpo, confiei. Eu era ingênua, me enganaram”, contou em entrevista ao ‘Superpop’.
Casada na época com um paquito da Xuxa, Nani viu seu casamento acabar em razão do ciúme. Ela desistiu de ser atriz quando foi pressionada novamente a ficar nua quando fazia a novela ‘Mandacaru’, na mesma emissora. “Era forçação de barra por audiência”, diz.
Carolina Ferraz também se indignou na versão original de ‘Pantanal’. Tinha 22 anos. Queria continuar como apresentadora no canal, porém, sucumbiu à pressão para aceitar o papel de Irma na 1ª fase.
Sua contrariedade aumentou quando viu no roteiro uma cena de nudez no rio. Não queria fazer de jeito nenhum. Após longa negociação com a direção, se despiu com a promessa de que seria filmada de longe.
Três décadas atrás, era comum uma atriz ser dispensada de um trabalho por se negar a aparecer nua. Não havia o imprescindível respeito pela autonomia da artista em relação a seu próprio corpo.
Após recorrentes reclamações e reivindicações, as atrizes conquistaram o direito de decidir sobre a questão. Passaram a ter a opção de uma dublê de corpo para substituí-las e a poder opinar sobre cenas sensuais antes da gravação e exibição.
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Fotos: Reproduções
Legenda: Carolina como Irma e Nani atualmente: indignadas com nudez gratuita
