O último episódio da primeira temporada de IT: BemVindos a Derry entregou muito mais do que sustos: ele redefiniu as regras do jogo. Até então, acreditávamos que Pennywise era uma entidade que simplesmente acordava a cada 27 anos para se alimentar. No entanto, o final revelou que a percepção de tempo do monstro é muito mais complexa e aterrorizante do que imaginávamos. Afinal, Pennywise é imortal? Ele pode viajar no tempo? A resposta curta é: ele sabe que vai morrer e está tentando mudar isso.
Em uma cena crucial do final da temporada, Pennywise encurrala Marge Truman e revela que, diferentemente dos humanos, ele não experimenta a passagem do tempo de forma linear (passado, presente e futuro). Para a Coisa, o tempo é um continuum singular: tudo está acontecendo ao mesmo tempo.
Isso significa que o Pennywise que vemos em 1962 já tem consciência de sua derrota final em 2016 (eventos de IT: Capítulo Dois). Ele sabe que será morto pelos Perdedores. Por isso, seu objetivo na série deixa de ser apenas "comer medo" e passa a ser sobrevivência.
A conexão Richie Tozier: O plano da coisa
A revelação do tempo explica a obsessão do monstro por Marge Truman. A série confirma que Marge é, na verdade, a futura mãe de Richie Tozier (interpretado por Finn Wolfhard e Bill Hader nos filmes).
A lógica de Pennywise é fria e calculista: Richie Tozier é uma peça fundamental no grupo que o destruirá no futuro. Se a Coisa matar a mãe de Richie em 1962 (antes dele nascer), Richie nunca existirá. Sem Richie, o Clube dos Perdedores fica incompleto em 2016, falha no ritual, e Pennywise conquista a verdadeira imortalidade.
Jason Fuchs, co-criador da série, explicou ainda a origem do nome do personagem. Marge nomeia seu filho em homenagem a Rich Santos, seu amigo que se sacrifica heroicamente no final da temporada. "Queríamos criar uma conexão emocional profunda. Marge dá ao filho o nome do garoto que salvou sua vida, criando um vínculo geracional de heroísmo contra a entidade", disse Fuchs.
O paradoxo da imortalidade
Essa reviravolta cria um paradoxo temporal fascinante (e perigoso para o roteiro). Se Pennywise conseguir alterar o passado, a versão da realidade onde ele morre em IT: Capítulo Dois deixa de existir.
Então, ele é imortal?
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Nos filmes: Não. Ele morre fisicamente em 2016.
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Na série (e no Macroverso): Ele é uma entidade de dimensão superior. Enquanto ele não chegar ao ponto final de 2016, ele existe em todos os pontos da linha do tempo simultaneamente. Sua "imortalidade" depende de sua capacidade de manipular os ancestrais dos Perdedores para anular sua morte futura.
Por que mudar as regras?
Em entrevista ao ScreenRant, a produtora executiva Barbara Muschietti revelou que a ideia de mexer com o tempo surgiu para resolver o "problema das prequelas".
"Geralmente, prequelas não têm riscos reais porque o público já sabe como a história termina", explicou Barbara. A inspiração veio de uma conversa com Damon Lindelof (criador de Lost e Watchmen), que elogiou a coragem de tentar subverter isso. Ao fazer com que Pennywise tente ativamente mudar o futuro, a série cria uma nova tensão: nós sabemos que ele deve perder, mas agora sabemos que ele está lutando contra o roteiro dos filmes.
Se as próximas temporadas forem confirmadas, podemos esperar um Pennywise cada vez mais desesperado para eliminar as linhagens dos Hanlon, Marsh, Denbrough e Tozier. A série deixou de ser apenas sobre a origem de Derry e se tornou uma batalha cronológica pela sobrevivência da própria Coisa.
Para derrotá-lo definitivamente, talvez não baste apenas coragem. Como sugerido no final, personagens com habilidades psíquicas (o "iluminado", como Dick Hallorann) podem ser a chave para forçar Pennywise a perceber o tempo de forma linear, tornando-o vulnerável e mortal novamente.
FONTE: SCREENRANT 1, SCREENRANT 2 e SCREENRANT 3
