Já era tarde do dia 05 de novembro de 2021, uma sexta-feira. A minha segunda semana de trabalho no Purepeople estava próxima ao fim, apenas com motivos para comemorar. Empregado novamente, comprei, no dia anterior, ingresso de um festival com a presença de Marília Mendonça.
Uma mensagem recebida no WhatsApp viraria do avesso aquela tarde aparentemente tranquila. "O avião da Marília Mendonça caiu", dizia o texto enviado por uma colega jornalista.
Aquilo parecia tão absurdo que a primeira reação foi desdenhar. "Imagina. Fake news em plena sexta-feira?", pensei com meus botões, no auge da inocência de alguém que havia acabado de ingressar no hard news. Até que as primeiras imagens mostram um avião idêntico ao publicado pela própria Marília. Um breve silêncio ensurdecedor antecede uma apuração intensa na nossa redação e em todas as outras do Brasil.
Cerca de duas horas separam a mensagem que recebi e a confirmação de que Marília e mais quatro pessoas morreram naquela tragédia. Chocado, não consegui escrever mais nada por um bom tempo. Meus colegas, já mais experientes, tocaram brilhantemente a cobertura no site.
Enquanto buscava forças para encontrar profissionalismo, assistia atento à atuação de Ana Paula Araújo, que tocava o plantão do "Jornal Nacional", e do repórter Hérisder Matias.
Videorreporter da InterTV dos Vales na época, afiliada da Globo em Minas Gerais, Hérisder foi um dos primeiros profissionais da imprensa a chegar na cachoeira na serra de Caratinga, antes mesmo da cert...
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